As eleições presidenciais desta terça-feira na Síria, afetada por uma guerra civil, são uma “farsa”, afirmou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen.

“As eleições presidenciais sírias são uma farsa, não cumprem os parâmetros internacionais no que diz respeito a eleições livres e transparentes”, disse Rasmussen à imprensa.

“Tenho certeza de que nenhum aliado reconhecerá os resultados das eleições”, completou.

A eleição na Síria deve confirmar o ditador Bashar al-Assad no poder. Um dos motivos é que só deve haver votação nas áreas sob o controle de seu exército, após mais de três anos de uma guerra civil que deixou o país em ruínas.

Cerca de 16 milhões de sírios estão convocados a votar e o presidente só tem como rivais dois candidatos autorizados por ele para tentar legitimar a consulta: o deputado independente Maher Hajjar e o empresário membro da oposição tolerada Hassan al-Nuri.

Os opositores de Assad, incluindo combatentes rebeldes, a oposição política no exílio, potências ocidentais e árabes da região do Golfo Pérsico consideraram a eleição fraudulenta, dizendo que nenhuma votação com credibilidade pode ser realizada em um país no qual amplas partes do território estão fora do controle estatal e milhões de pessoas tiveram de fugir de suas casas.

Insurgentes que lutam para depor Assad aumentaram os ataques em áreas controladas pelo governo durante a preparação da eleição, na tentativa de interromper a votação.

Os colégios eleitorais abriram às 7h (1h em Brasília) em parte da Síria onde Assad continua a governar, e a televisão estatal transmitiu imagens de pessoas fazendo fila para depositar os votos em várias cidades.