Eleições 2014: Brasil terá fiscalização civil inédita da apuração final

Há 2 anos, depois de que foi implementado o sistema de votação eletrônica foi constatada que as urnas não são tão seguras como parecem. Com isso surgiu o projeto Você Fiscal, que foi viabilizado pela sociedade civil por financiamento coletivo pelo Catarse (mais de mil pessoas doaram R$ 65.540,00). Com o projeto, qualquer brasileiro vai […]

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Há 2 anos, depois de que foi implementado o sistema de votação eletrônica foi constatada que as urnas não são tão seguras como parecem. Com isso surgiu o projeto Você Fiscal, que foi viabilizado pela sociedade civil por financiamento coletivo pelo Catarse (mais de mil pessoas doaram R$ 65.540,00). Com o projeto, qualquer brasileiro vai poder fiscalizar a votação eletrônica pela primeira vez na história.

Para participar é só chegar na seção eleitoral pouco antes das 17h, quando acaba a votação, tirar fotos do Boletim de Urna (BU) e enviá-las à equipe do projeto pelo [email protected] ou pelo aplicativo que você pode baixar por aqui www.vocefiscal.org/.

A iniciativa do professor de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Diego Aranha, do empreendedor digital Helder Ribeiro e de todos os que contribuíram para o projeto se concretizar, tem o objetivo de exigir mais transparência na votação eletrônica brasileira e colocar na mão do eleitor o poder de fiscalizá-la.

Histórico

Desde a adoção das urnas eletrônicas, em 1996, vigora dentro do país, com ampla aceitação, a narrativa oficial de que a votação brasileira é extremamente segura e confiável.

Contudo, em 2012, a equipe coordenada pelo professor Diego Aranha, então na UnB, venceu os testes públicos organizados pelo próprio TSE, revelando falhas que permitem revelar quem votou em quem e, pior, alterar o resultado das eleições.

Desde então, o professor passou a defender que é urgente e necessário haver mais transparência na votação eletrônica brasileira — uma vez que o mesmo órgão (o TSE) regulamenta, executa e julga todo o processo, sem que haja auditoria externa efetiva da sociedade.

A decisão de buscar apoio da sociedade civil para viabilizar o Você Fiscal veio no início de junho, pouco antes da abertura da Copa do Mundo 2014, quando o TSE divulgou que não realizaria testes públicos antes destas eleições.

Apartidário e independente, o Você Fiscal defende que o sistema brasileiro de votação seja livremente auditável pela sociedade, com software e hardware abertos e produção de registro físico — anônimo — do voto, o que não implica em violação do sigilo e ainda permite auditoria e recontagem independentes.

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