Egito deve marcar eleição presidencial para março

O governo interino do Egito deverá convocar eleições presidenciais para março após anunciar o resultado do referendo sobre a Constituição, informou neste sábado o jornal “Al Tahrir”, com informações do Conselho de Estado do país. A reportagem é publicada no mesmo dia em que deverá se conhecer o resultado do referendo, que deve ser amplamente […]

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O governo interino do Egito deverá convocar eleições presidenciais para março após anunciar o resultado do referendo sobre a Constituição, informou neste sábado o jornal “Al Tahrir”, com informações do Conselho de Estado do país.

A reportagem é publicada no mesmo dia em que deverá se conhecer o resultado do referendo, que deve ser amplamente favorável ao governo. Segundo a comissão eleitoral, mais de 95% dos votantes respaldaram a nova lei máxima do país. Os números finais deverão ser revelados às 18h locais (14h em Brasília).

Segundo o primeiro vice-chefe do Conselho de Estado, Essam Eddine Abdel Aziz, o presidente interino, Adly Mansour, deverá anunciar a eleição presidencial para daqui a dois meses. Ele afirma que o comitê eleitoral, formado pela Presidência e o Parlamento, começarão a organizar o novo pleito neste domingo (19).

Caso confirmada a informação, a escolha do presidente virá antes da seleção dos membros do Legislativo, alterando a ordem do plano de transição política imposto pelo chefe militar, Abdel Fattah al-Sisi, após a retirada do presidente islamita Mohammed Mursi.

Apesar do informe do integrante do Conselho de Estado, membros do governo egípcio disseram à agência de notícias Reuters que ainda deverá ser decidido que pleito virá primeiro. Espera-se que Sisi se apresente como candidato a chefe de Estado, com grandes chances de vitória.

Ambas as eleições não deverão ter a participação da Irmandade Muçulmana, que foi proibida pelos militares e qualificada como grupo terrorista. O movimento, ao qual Mursi era vinculado, afirma ter sofrido um golpe de Estado e, por isso, boicotou o referendo e não legitima as medidas tomadas pelo governo interino.

PROTESTOS

Além do anúncio do boicote, grupos vinculados à entidade islamita convocaram novos protestos durante a semana, inclusive nos dias de eleição. Na sexta (17), três pessoas morreram em confrontos entre a polícia e os manifestantes, duas na capital Cairo e outro em Fayoum, no sul do país.

Os protestos, proibidos pelo governo interino, foram reprimidos com bombas de gás lacrimogêneo e disparos com munição letal em algumas cidades. O Ministério do Interior informou que 123 pessoas foram presas em todo o país após as manifestações.

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