Dólar sobe ante real, de olho em BC, China e Ucrânia
O dólar fechou com alta de mais de 1% ante o real nesta segunda-feira, em meio a preocupações com o crescimento econômico da China, as turbulências em torno da Ucrânia e a intervenção reduzida do Banco Central brasileiro no mercado de câmbio. A moeda norte-americana avançou 1,24%, a R$ 2,2468 na venda, próximo da máxima […]
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O dólar fechou com alta de mais de 1% ante o real nesta segunda-feira, em meio a preocupações com o crescimento econômico da China, as turbulências em torno da Ucrânia e a intervenção reduzida do Banco Central brasileiro no mercado de câmbio.
A moeda norte-americana avançou 1,24%, a R$ 2,2468 na venda, próximo da máxima do dia de R$ 2,2495. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 755 milhões. “Com o sinal de que o BC não deve rolar todos os swaps, o mercado atira para cima até encontrar um equilíbrio”, afirmou o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
Na sexta-feira, o BC anunciou que iniciaria nesta sessão a rolagem dos swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, com vencimento em 2 de junho, mas reduziu pela metade a oferta de contratos em relação às rolagens anteriores. Na primeira etapa, a autoridade monetária vendeu a oferta integral de 5 mil swaps no leilão, equivalentes a cerca de 2,5% do lote total, que corresponde a US$ 9,653 bilhões.
“A redução da oferta mostra que o BC está confortável com o dólar nesses patamares”, afirmou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca. A interpretação é que o nível atual do câmbio ajuda no combate à inflação e, ao mesmo tempo, não prejudica a indústria.
Na ração diária, a autoridade monetária continuou vendendo a oferta total de até 4 mil swaps. Pela manhã, colocou 500 contratos para 1º de dezembro deste ano e 3,5 mil para 2 de março do próximo, com volume equivalente a US$ 198,4 milhões. No front internacional, as preocupações com a China, segunda maior economia do mundo, ganharam novo fôlego nesta sessão depois que o Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) mostrou que a atividade industrial do país contraiu pelo quarto mês seguido, alimentando a cautela nos mercados globais.
A tensão na Ucrânia também afetou o sentimento nos mercados. O ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, disse ter destacado uma nova unidade de operações especiais para a cidade portuária de Odessa, após uma “ultrajante” falha da polícia local em conter separatistas pró-Rússia durante um fim de semana em que a violência deixou dezenas de mortos. Na primeira metade do pregão, entradas de divisas limitaram a alta do dólar, mas a divisa dos EUA acelerou o passo no início da tarde.
“Houve algumas entradas importantes, que poderiam até fazer o dólar cair, mas a cena externa, com Ucrânia e China, e a rolagem menor do BC sustentaram o dólar”, afirmou o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues, que acredita que o dólar deve continuar oscilando entre R$ 2,20 e R$ 2,25 no curto prazo.
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