Dólar fecha em queda, mas sem romper R$ 2,20

O dólar fechou em queda nesta quinta-feira pelo 3º dia seguido, em linha com o exterior, após flertar diversas vezes com o patamar de R$ 2,20 durante a sessão, considerado um piso informal. A moeda americana recuou 0,17%, a R$ 2,2144 na venda, após chegar a R$ 2,2004 na mínima da sessão. Segundo dados da […]

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O dólar fechou em queda nesta quinta-feira pelo 3º dia seguido, em linha com o exterior, após flertar diversas vezes com o patamar de R$ 2,20 durante a sessão, considerado um piso informal.

A moeda americana recuou 0,17%, a R$ 2,2144 na venda, após chegar a R$ 2,2004 na mínima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,1 bilhão. “O movimento de hoje mostra que o mercado está colocando um peso muito forte no nível de R$ 2,20. Provavelmente vamos testar essa cotação outras vezes, mas não acredito que a gente consiga furar”, afirmou o economista da Lerosa Investimentos Carlos Vieira. “Tem muita gente que acha que o BC não quer (dólar abaixo de R$ 2,20) e corre para comprar dólar quando isso acontece”, acrescentou.

A avaliação geral é de que o dólar a esse nível, apesar de ajudar o combate à inflação, atrapalha a indústria via exportações. Essa tese ganhou força principalmente quando recentemente o BC deixou vencer alguns swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pouco após a moeda norte-americana ter ido abaixo dos R$ 2,20. Agora, cortou pela metade a oferta de contratos na rolagem. Analistas afirmam que o atual o momento de liquidez mais abundante no mercado brasileiro abre espaço para a autoridade monetária reduzir o ímpeto das intervenções.

Nesta quinta-feira, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, afirmou que o programa de swap cambial tem dado os resultados esperados e vigorará até 30 de junho, sem acrescentar mais detalhes. A autoridade monetária vendeu nesta manhã a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, nas atuações diárias. Desta vez, todos os novos contratos vendidos vencem em 2 de março do próximo ano, com volume equivalente a 198,5 milhões de dólares. O BC também ofertou swaps para 1º de dezembro deste ano, mas não vendeu nenhum.

No fim da manhã, vendeu também a oferta total de até 5 mil swaps no leilão de rolagem. Até agora, o BC já rolou cerca de 10% do lote que vence no próximo mês, equivalente a US$ 9,653 bilhões. No exterior, o dólar recuava em relação a moedas como o peso chileno e o rand sul-africano. O crescente otimismo em relação ao impasse político sobre a Ucrânia e a percepção de que o Federal Reserve, banco central americano, deve continuar reduzindo gradualmente suas medidas de estímulo econômico atraíam investidores a ativos de risco.

Por outro lado, a moeda americana avançava contra o euro após o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, sinalizar que o BCE pode agir para combater a queda da inflação na reunião de junho. “O dia está mais positivo para os emergentes lá fora. Aqui, o pessoal só não puxa muito porque o BC está de olho”, disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.

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