Duas autoridades do banco central da Inglaterra votaram novamente pela elevação das taxas de juros neste mês, chegando a uma decisão dividida pelo segundo mês seguido, mas o restante de seus colegas continuou firmemente contra o aperto monetário.

A ata da reunião de 3 e 4 de setembro do Comitê de Política Monetária do banco central britânico, divulgada nesta quarta-feira, mostrou que os integrantes Martin Weale e Ian McCafferty votaram pelo aumento da taxa de juros a 0,75 por cento, ante a mínima recorde de 0,5 por cento.

Mas os outros sete membros do comitê não viram necessidade de pressa para implementar a primeira alta de juros desde 2007, citando crescentes sinais de fraqueza na zona do euro e na atividade imobiliária, indústria e exportações domésticas.

O comitê disse estar preocupado com possibilidade de a fraqueza temporária na zona do euro tornar-se prolongada, revivendo as preocupações com a solvência de alguns governos da zona do euro.

“Isso pode afetar a confiança e os mercados financeiros e, como resultado, os riscos ao crescimento do Reino Unido no médio prazo provavelmente aumentaram”, disse o comitê.

O comitê fez poucas menções ao referendo sobre a independência da Escócia em 18 de setembro, destacando apenas que isso provocou alguma volatilidade nos mercados cambiais internacionais.

Em vez disso, foi mais contundente em relação à “notável” falta de volatilidade nos mercados –particularmente no petróleo– diante de um cenário de elevada tensão na Ucrânia e no Oriente Médio.

A equipe do banco central havia revisado para cima sua projeção para o crescimento no terceiro trimestre para 0,9 por cento, mas o comitê disse que vê alguns sinais de desaceleração no quarto trimestre, embora tenha notado que já errou sobre isso antes.