A presidente Dilma Rousseff admitiu que recebeu informações incompletas e parecer técnico falho quando apoiou a compra de 50% da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras, segundo informa o jornal O Estado de S. Paulo. Na época, em 2006, Dilma era ministra da Casa Civil e controladora do conselho de administração da petrolífera.

Conforme a publicação, a presidente afirmou que o material que ela analisou em 2006 não continha a cláusula que obrigava a Petrobras a ficar com toda a refinaria em caso de desacordo com a sócia belga Astra Oil, nem mesmo a informação de que a parceira deveria receber lucro de 6,9% ao ano, mesmo com o mercado adverso. A Astra havia comprado a planta um ano antes da negociação por US$ 42,5 milhões – valor 8,5 vezes superior ao pago pela Petrobras por metade.

Aquisição

A compra da refinaria de Pasadena está sendo investigada pelo Tribunal de Contas da União, que apura se a Petrobras sofreu prejuízo na negociação que resultou na compra da refinaria. Em 2006, a Petrobras comprou 50% da refinaria, por US$ 360 milhões. Mas, em seguida, entrou em uma batalha judicial com o parceiro no projeto, a Astra, que possuía os 50% restantes. No fim de junho de 2012, a estatal encerrou o litígio com a Astra, após quase seis anos de disputas, aceitando pagar mais US$ 820 milhões para ficar com os 50% da sua sócia no negócio.

A Petrobras desembolsou quase US$ 1,2 bilhão pela refinaria, que tem capacidade de produção de 100 mil barris/ dia. A estatal estava disposta a se desfazer da unidades, mas decidiu manter as operações em maio do ano passado, para capturar margens de lucro com uma melhora do mercado, segundo a presidente da estatal, Maria das Graças Foster. Ela explicou que as margens de refino de Pasadena voltaram agora ao patamar de US$ 9 por barril registrado quando a empresa comprou a refinaria.