A empresa Íons – Comércio de Placas para Veículos Ltda, junto com outras duas, recebem mais de R$ 80 milhões para fornecer placas exclusivamente para o Detran-MS. Somente a empresa Íons teve as atividades de fornecimento de placas suspensas.

A empresa Íons – Comércio de Placas para Veículos Ltda., fornecedora oficial de placas de veículos para o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), teve suas atividades suspensas pelo órgão. A portaria com a decisão está na edição desta segunda-feira (28) do Diário Oficial do Estado.

A Íons ganhou licitação no ano passado para fornecer oficialmente as placas para o Detran do Estado. O custo aos cofres públicos de gastos com a empresa é de R$ 26.778.865,44. Ao todo, o órgão gasta mais de R$ 80 milhões para que empresas com certificados emitam somente placas originais, além dos lacres.

A empresa foi descoberta após investigações da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos) apontarem que e Íons é a fabricante das placas colocadas no Golf do empresário Erlon Peterson Bernal, de 32 anos, assassinado no dia 1º de abril deste ano. As placas verdadeiras foram trocadas por outras, também reais, mas de veículo semelhante, e tinha até o lacre oficial do Detran.
A portaria do Detran suspendendo a empresa, com data de 25 de abril, é válida a partir de hoje. A medida, ainda conforme a decisão, tem caráter preventivo.

O contrato era válido do dia 1° de outubro de 2013 até o dia 30 de junho de 2018 e foi assinado pelo empresário José Ribamar Rodrigues Leite da Costa e o diretor-presidente do Detran-MS, Carlos Henrique dos Santos Pereira.

O dono da empresa, funcionários e o  Detran já foram ouvidos. Conforme a titular da Defurv, Maria de Lourdes, os responsáveis pela empresa disseram que não sabem quem solicitou a placa e que o pedido teria sido feito por telefone, no dia 28 de março. “Eles disseram que era um dia muito tumultuado e que não anotaram quem solicitou”, diz a delegada.

Ainda conforme a Maria de Lourdes, há uma norma do Detran em que um funcionário da empresa deve levar a placa ao Detran para dar continuidade ao processo de emplacamento, o que não aconteceu no caso. O Detran ainda afirmou à polícia que não tinha nenhum processo administrativo envolvendo a placa que foi encontrada no Golf de Erlon.

Com a placa confeccionada por uma empresa credenciada e com a cor do veículo alterada, a delegada diz acreditar que o carro poderia ser levado facilmente para o Paraguai, onde poderia ser vendido ou trocado por drogas.