O deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) renunciará ao mandato nesta quarta-feira após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por peculato e lavagem de dinheiro, na ação penal que investiga sua participação no escândalo que ficou conhecido como mensalão mineiro.

A decisão de renúncia, confirmada pela assessoria do parlamentar, será formalizada em carta a ser entregue nesta quarta ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), por Renato Azeredo, filho do tucano.

O deputado apresenta problemas de saúde e não pôde se deslocar a Brasília, segundo a assessoria.

A renúncia de Azeredo pode representar um alívio para o presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves (MG), que deve disputar a Presidência e teria que enfrentar críticas sobre a postura ética do correligionário mineiro.

Há ainda a possibilidade de que a denúncia feita pela PGR ao Supremo seja enviada para a primeira instância da Justiça Federal, já que o deputado perderá o foro privilegiado com a renúncia.

O mensalão mineiro, ou mensalão tucano, ficou conhecido como o suposto esquema de desvio de verbas públicas em Minas Gerais para o caixa de campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) à reeleição do governo estadual em 1998.

O esquema é considerado como o embrião do mensalão petista, que se caracterizou pela compra de apoio político no Congresso durante o primeiro mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Importantes lideranças do PT, como o ex-presidente da sigla José Genoino e do ex-ministro da , foram condenados pelo STF e estão presos.

O empresário Marcos Valério, condenado pelo STF no processo do mensalão petista por ter operado o esquema, também é citado no caso do mensalão tucano.