Delegado espera ouvir última testemunha sobre crime racial

A Polícia Civil espera ouvir na próxima semana a última testemunha da morte do pedreiro e segurança Isaías da Silva Farias, de 30 anos. De acordo com o delegado João Reis Belo, da 5ª DP (Delegacia da Polícia Civil), do bairro Piratininga, região sul de Campo Grande, a testemunha não mora na Capital e deve […]

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A Polícia Civil espera ouvir na próxima semana a última testemunha da morte do pedreiro e segurança Isaías da Silva Farias, de 30 anos. De acordo com o delegado João Reis Belo, da 5ª DP (Delegacia da Polícia Civil), do bairro Piratininga, região sul de Campo Grande, a testemunha não mora na Capital e deve ser convocada para prestar depoimento. 

O delegado afirma que a morte de Isaías não pode ser atribuída a um crime com motivação racial, mas que sem dúvida, foi causada por agressões que aconteceram depois do suspeito, o policial militar da reserva João Nereu, de 55 anos, ofender com injúrias raciais a vítima e os dois irmãos dela.O delegado diz que todas as testemunhas ouvidas, a dona da lanchonete, o marido dela, um funcionário, os dois irmãos da vítima e uma cliente da lanchonete deram a mesma versão para o crime. 
As testemunhas relataram que a vítima e os dois irmãos foram até uma lanchonete na avenida Guaicurus, na noite da segunda-feira (14 de abril). Eles estavam conversando e tomando cerveja quando o militar chegou ao local. Ele teria estacionado a motocicleta na calçada e a dona da lanchonete pediu que ele retirasse para não atrapalhar o fluxo. O militar não gostou e já começou a falar de novo ríspido. Posteriormente, perguntou pelo banheiro e foi informado que deveria ser utilizado o de uma borracharia no lado externo da lanchonete. 
O policial ao voltar teria reclamado das condições do banheiro e a vítima e os irmãos interferiram dizendo que era possível utilizar o banheiro. Foi neste momento que se intensificaram as agressões aos irmãos. Ele aparentemente já teria
Segundo o delegado, o policial as agressões foram gratuitas e o policial teria dito: “Para vocês que são preto, burro e pobre, qualquer coisa serve. Porque preto e pobre tem que morrer. Tem que matar no ninho”, relata o delegado. Depois disso, Nereu teria continuado insultando os irmãos, até que o mais novo deu um tapa no militar. 
O suspeito foi embora e voltou armado poucos minutos depois. O policial disparou seis vezes. Dois disparos atingiram Isaías, duas foram em direção aos irmãos e duas não chegaram a ser deflagradas. 
Após o crime, o policial jogou a arma fora e até agora, a polícia não conseguiu localizá-la. O militar se apresentou à Polícia Civil e por isso, responde em liberdade pelo crime. Ele foi autuado por homicídio doloso, quando há intenção de matar, e tentativa de homicídio com relação aos dois irmãos. Além disso, também será processado por injúria racial.

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