Delcídio diz que Dilma vai influenciar nas alianças em MS
O senador Delcídio do Amaral (PT/MS) concedeu nesta sexta-feira, 17 de janeiro, entrevista ao programa Noticidade, da Rede MS de Rádio, na qual fez um balanço dos investimentos federais em Mato Grosso do Sul ao longo de 2013, falou sobre sua relação com o prefeito da capital , Alcides Bernal, e comentou as articulações partidárias […]
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O senador Delcídio do Amaral (PT/MS) concedeu nesta sexta-feira, 17 de janeiro, entrevista ao programa Noticidade, da Rede MS de Rádio, na qual fez um balanço dos investimentos federais em Mato Grosso do Sul ao longo de 2013, falou sobre sua relação com o prefeito da capital , Alcides Bernal, e comentou as articulações partidárias com vistas à formação de alianças para a disputa das eleições de outubro.
Pré-candidato do PT ao governo do estado, Delcídio elogiou o trabalho dos deputados federais e senadores de Mato Grosso do Sul em Brasília , que resultou na confirmação de recursos para a construção de hospitais em três municípios ( Campo Grande, Dourados e Jardim ) e destacou que a presidente Dilma Roussef vai desempenhar papel importante na definição das alianças partidárias de 2014.A seguir, trechos da entrevista :
P – Que balanço o senhor faz de 2013 e como andam as articulações para as eleições de outubro ?
R – Olha, eu estou trabalhando muito . Fechamos o ano passado com bons resultados, graças ao esforço dos nossos deputados federais e senadores, trazendo recursos para Mato Grosso do Sul. Conseguimos viabilizar R$ 681 milhões em investimentos no estado e, para 2014 , a nossa bancada se estruturou muito bem, trabalhando fortemente na aprovação de verbas já incluídas no Orçamento Geral da União. Nós temos projetos fundamentais não só para a logística e a infraestrutura, mas também para atender a questão da saúde. Vem aí o Hospital Municipal de Campo Grande, para o qual apresentei emenda individual e praticamente toda a bancada também o fez. O Ministério da Saúde adotou o projeto e vai tocá-lo com recursos próprios. Tem também o Hospital de Dourados, para o qual a bancada destinou R$ 17 milhões, sendo que R$ 500 mil foram liberados agora para o início da obra. E teremos ainda o Hospital de Jardim, que vem ao encontro da proposta de regionalização da saúde. Outro ponto positivo : o sucesso do leilão de concessão da BR 163 à iniciativa privada, que, modernizada , vai garantir o escoamento da nossa produção, com mais segurança para quem utiliza a rodovia. Em relação à política, o jogo vai começar. Eu conversei hoje de manhã, por telefone, com a presidenta Dilma e devo me encontrar com ela , em Brasília, no início de fevereiro. Acredito também que ela conversará com o PMDB, até porque o interesse da presidenta é fazer uma aliança com o PMDB, e, evidentemente, mesmo colocada aqui uma candidatura peemedebista, conversar não tira pedaço de ninguém. Ela se colocou à disposição para conversar com partidos que vão compor o nosso arco de apoio. Existem pessoas que estão fazendo um terceiro turno das eleições de 2012, viúvas que sempre se beneficiaram e agora choram diariamente porque perderam o paraíso que desfrutavam. Na verdade, o jogo começa a ser jogada agora, com a recomposição do ministério da Dilma. Feita a recomposição, aí começam as articulações para as alianças, respeitando as diferenças de cada estado, em um trabalho que vai levar a presidenta à reeleição em outubro.
P – O senhor disse que a presidente Dilma demonstrou interesse em um acordo com o PMDB. Ela chegou a fechar a porta para uma aliança com o PSDB?
R – Não houve nenhum fechamento de porta até porque eu tenho trabalhado nisso de forma muito transparente. Eu conto tudo o que faço aos membros do meu partido. A direção nacional do PT sabe disso. Até o próprio ex-presidente Lula, quando esteve aqui no final do ano passado, foi posicionado da nossa situação. E nada disso impede a Dilma de chamar seus aliados para conversar, especialmente o PMDB, o governador André Puccinelli, que é a maior liderança do PMDB em nosso estado. Agora, se a aliança aqui não for possível eu não tenho dúvida de que ela vai entender . Essas historias contadas quase que diariamente em alguns órgãos de imprensa são só pra semear a discórdia. Os grandes protagonistas vão começar a conversar em fevereiro. E a Dilma está envolvida pessoalmente. Ela conversou com o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, para trazer o PSD, e está trazendo o PTB também, oferecendo um espaço compatível com a importância que esses partidos têm no Congresso Nacional. Em seguida, ela vai chamar as principais lideranças de cada estado.
P – Então o senhor não descarta uma aliança com o PSDB ?
R – De forma nenhuma. Eu continuo conversando com as lideranças do partido e principalmente dentro do PT, que não tem mais as restrições de antes e compreende o quadro atua. Nós não podemos ficar para trás, vendo a caravana passar , esperando que uma aliança caia em nosso colo.
P – Como pré-candidato ao governo do estado, que propostas o senhor pretende apresentar à população ?
R – Estamos construindo um projeto de centro esquerda, conversando com os partidos que sempre acompanharam o PT, como o PC do B e o PV, entre outros. Nós temos que ter um projeto de sustentabilidade que olhe o social, o meio ambiente, que faça com que Mato Grosso do Sul diversifique sua economia e se desenvolva, não só integrado ao restante do Brasil mas também aos países vizinhos. É um projeto amplo, para o qual temos a expectativa de trazer também o PDT , o PSD, o PP, o PR, o PROS , o PSC e todos aqueles que queiram somar conosco.
P – Por falar em PP (Partido Progressista) , como anda a sua relação com o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal ?
R – Primeiro é preciso deixar bem claro. Existia um acordo entre todos os partidos de oposição de que quem fosse para o segundo turno nas eleições de 2012 , um apoiaria o outro. E nós cumprimos esse acordo, porque política se faz também cumprindo compromissos. Se fosse o Vander para o segundo turno ( deputado Vander Loubet, candidato do PT a prefeitura) todos iriam se juntar com ele. Se fosse o Reinaldo ( deputado Reinaldo Azambuja, candidato do PSDB), idem. O Alcides incorporou tudo aquilo que o povo queria naquela momento, especialmente o desejo de mudança. Esse é o primeiro ponto. O outro é o seguinte. Nós apoiamos o Alcides, sim, mas a vitória foi dele. O que tenho dito insistentemente é que ele pode até ter ganho sozinho, mas não governa sozinho. Tem que dialogar com a Câmara de Vereadores, com os partidos, porque isso é vital na politica. É preciso trabalhar pelo bem comum. Tenho insistido muito, tenho ajudado e nunca escondi isso. Ajudo também com criticas, como as que tenho feito, colocando minhas posições de maneira muito clara. Agora , você não pode tirar com uma canetada um mandato dado pelo povo. Não se pode querer tirá-lo do cargo criando fatos e amplificando situações que têm gravidade muito menor que outras já presenciadas em nosso estado. Se o prefeito não fizer uma boa gestão que se tire ele do cargo mas no voto popular, como acontece nas grandes democracias. As pesquisas de opinião indicam que a maioria da população não quer que o Alcides sofra impeachment. E eu estou ao lado do povo. Quando você aposta na disputa judicial todo mundo sai perdendo. A Prefeitura não ganha, a Câmara de Vereadores também não. E quem mais perde com isso é a população.
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