O vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Faiçal Miqdad, responsabilizou os “terroristas” pelo atraso na destruição das armas químicas do regime, ao obstruir o transporte para a costa para levá-las em seguida para fora do território nacional, informou nesta quarta-feira a agência de notícias oficial “Sana”.

Em entrevista concedida ontem à emissora estatal e publicada hoje pela agência, Miqdad lamentou que existam países que acusam a Síria de não cumprir com seus compromissos e que ao mesmo tempo impeçam a saída das substâncias químicas.

Estes estados, não especificados pelo vice-ministro, “devem deixar de vazar informação aos grupos terroristas sobre o percurso da carregamento (químico)”.

Estados Unidos e França expressaram nos últimos dias preocupação pelo atraso no calendário para o desmantelamento do arsenal químico do regime de Damasco.

Washington se mostrou “profundamente preocupado pela incapacidade do governo sírio de transportar ao porto de Latakia todos os agentes químicos” e suas matérias-primas, como determinou o Conselho de Segurança da ONU.

Para Miqdad, a postura dos EUA e da França fazem parte de uma “campanha injusta e falsa” contra a Síria.

“Estamos aplicando muitos de nossos compromissos antes do calendário fixado e seguimos comprometidos com a aplicação de todo o estipulado com a ONU e a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ)”, assegurou.

Durante a entrevista, o vice-chanceler também falou da primeira rodada da convenção de Genebra, realizada entre os dias 22 e 31 de janeiro e que levou para a mesma mesa de negociações representantes do regime e da oposição.

Miqdad explicou que o governo está avaliando o resultado das conversas.

“Fomos a Genebra com ordens claras de ter êxito no diálogo, deter o terrorismo e o derramamento de sangue na Síria, devolver a esperança aos sírios, apoiar o nosso heroico exército na batalha e pôr fim a esta tragédia e à ingerência estrangeira”, enumerou.

Miqdad afirmou que o Executivo anunciará em breve sua postura sobre a segunda rodada da conferência, de acordo com as orientações do presidente sírio, Bashar al-Assad.

O mediador internacional Lakhdar Brahimi propôs novas conversas entre as delegações do regime e da oposição a partir de 10 de fevereiro.

A data foi aceita pelos opositores, mas representantes do governo disseram que primeiro deveriam consultar Damasco.