A separatista república autônoma ucraniana da Crimeia anunciou neste domingo que negociará com Kiev sob a condição de haver mudança de poder na Ucrânia, pois não reconhece as novas autoridades, e ao mesmo tempo se prepara para um referendo sobre a reunificação com a Rússia.

“As autoridades atuais absolutamente não são legítimas. Enquanto não saírem não haverá diálogo algum, não só com as autoridades, mas com o país inteiro”, disse o presidente do parlamento da república autônoma, Vladimir Konstantinov, em entrevista divulgada por um canal de televisão local.

Ele lembrou que os que estão hoje no poder “chegaram ali através de armas de fogo, facas e bastões”, em alusão aos violentos distúrbios que Kiev viveu e que deixaram uma centena de mortos.

“Que deem explicações ao povo, que desarmem as quadrilhas, que realizem eleições normais, justos e transparentes e então a Crimeia entabulará um diálogo com as legítimas autoridades da Ucrânia”, disse Konstantinov.

A Crimeia se prepara rapidamente para o referendo do próximo dia 16 de março sobre sua adesão à vizinha Rússia, que enviou tropas para a península majoritariamente russoparlante para “defender os russos étnicos do radicalismo” das novas autoridades ucranianas.