O produtor musical, Evânio Vargas, o Guarany, revelou que a composição dos jingles pode ser feita de duas maneiras: quando a criação chega pronta de uma agência de publicidade ou quando mandam apenas as palavras-chave.
No primeiro caso, Guarany explica que o processo é mais complicado porque a letra chega pronta, mas sem a métrica. “Já vem toda a idéia montada e às vezes a letra também vem pronta. O problema nesse caso é que quem fez a criação nem sempre é músico e a métrica sempre temos que corrigir”, pontuou.
O segundo caminho é mais comum e mais “fácil” compor. É quando mandam as palavras-chave como o slogan, área de atuação do candidato, número, partido e estilo musical. “Assim, a criação propriamente dita, fica por nossa conta, podendo assim, apresentarmos um esboço do jingle para aprovação antes de contratarmos todos os que irão participar da produção”, disse.
Guarany afirmou ainda que o jingle geralmente segue o gosto musical do candidato. “Na verdade o candidato quer um jingle que ele goste quando ouvir. Muitas vezes nos deparamos com idéias do próprio candidato apenas pelo seu gosto musical”, explicou.
Com 20 anos de profissão, o produtor musical ressaltou que em algumas situações, é necessário alertar o candidato sobre o possível fracasso do jingle se seguir apenas seu gosto. “É nessa hora que tentamos colocar pra ele, a nossa experiência de mais de 20 anos de trabalho nessa área e mostrar que muitas vezes o seu gosto musical, nada tem a ver com um jingle de campanha e com toda a campanha de marketing montada pra ele”, acrescentou. “Mas em geral todos querem um jingle alegre, pra cima”.
Por enquanto, os candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul não recorreram às paródias. Apenas três deles apresentaram o jingle de campanha: Nelsinho Trad (PMDB), Reinaldo Azambuja (PSDB) e Delcídio do Amaral (PT).
A prática não é ilegal, mas Guarany previne quanto ao uso de outras produções musicais para compor o jingle de campanha. “Um perigo que ainda continua acontecendo, talvez por falta de orientação ou por aproveitadores, são os famosos, jingles ‘covers’”, afirmou.
Segundo o produtor, utilizar uma produção existente precisa de liberação da editora, caso esteja a música original editada, e da autorização do autor, caso ela não esteja editada. “Correndo o risco os envolvidos de sofrerem com ações na Justiça”, alertou.
