A economia da China cresceu no ritmo mais lento em 18 meses no início de 2014, mas um pouco melhor do que o esperado e mostrou alguma melhora em março, sugerindo que Pequim não vai se apressar para reforçar as recentes medidas para sustentar a atividade.

Autoridades descartaram grandes estímulos para combater quedas de curto prazo no crescimento, sinalizando que a desaceleração foi uma consequência esperada de seu impulso de reformas, mesmo que alguns analistas achem que a economia irá perder mais ímpeto.

A economia cresceu 7,4 por cento no trimestre entre janeiro e março sobre um ano antes, informou nesta quarta-feira a Agência Nacional de Estatísticas. O resultado ficou ligeiramente acima da expectativa em pesquisa da Reuters de 7,3 por cento, mas ainda abaixo dos 7,7 por cento no último trimestre de 2013.

Esse foi o crescimento anual da China mais lento desde o terceiro trimestre de 2012, quando a segunda maior economia do mundo também avançou 7,4 por cento.

“A desaceleração da economia da China é um reflexo de uma transformação do modo econômico”, disse Sheng Laiyun, da Agência Nacional de Estatísticas.

“Não há mudança fundamental na tendência de melhora da economia da China. A economia ainda está avançando de forma estável na direção esperada.”

Na comparação trimestral, a economia cresceu 1,4 por cento, a taxa mais lenta em dois anos, o que o estrategista do Crédit Agricole Dariusz Kowalczyk disse se equiparar a um crescimento anualizado de 5,8 por cento.

“Isso destaca a profundidade da desaceleração no início do ano”, afirmou ele.

Pequim anunciou algumas medidas modestas, como cortes de impostos para pequenas empresas e aceleração de investimentos em ferrovias, para tentar estabilizar o crescimento perto de sua meta de 7,5 por cento sem afetar planos de reestruturar a economia ou piorar problemas de excesso de capacidade e dívida.

Dados de atividade para março, divulgados com os números do PIB, mostraram que a China pode estar fazendo algum progresso em sua tentativa de melhorar o papel do consumo e diminuir sua dependência das exportações e investimento.

As vendas no varejo ficaram um pouco à frente das estimativas com aumento anual de 12,2 por cento, enquanto a produção industrial ficou abaixo, com aumento de 8,8 por cento.

O investimento em ativo fixo acumulado nos três primeiros meses do ano foi 17,6 por cento maior que no ano anterior, de novo na faixa mais baixa das estimativas.

O setor de serviços, que inclui o varejo, respondeu por 49 por cento do PIB no primeiro trimestre, 4,1 pontos percentuais a mais do que o setor industrial.