CPI para investigar uso do dinheiro público na Saúde de Mato Grosso do Sul teve resultados questionados por falta de indiciamentos e gastou mais de R$ 132 mil em 90 dias de ‘consultorias’. Os gastos totais ultrapassaram os R$ 214 mil.

A CPI da Saúde realizada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul custou R$ 214.992,94 aos cofres públicos. Segundo a prestação de contas assinada pelo presidente Amarildo Cruz (PT) e publicada na edição desta quinta-feira (6), no Diário Oficial do legislativo estadual, só com consultores foram gastos R$ 132.764,00.

A Comissão Parlamentar de Inquérito foi criada para investigar o investimento de recursos públicos nos serviços de Saúde do Estado. Somente um dos consultores contratados, Vinícius Alexander Oliva Sales Coutinho, que tem uma empresa de perícia, levou R$ 32.210,60.

O segundo que mais recebeu pela consultoria foi o médico e professor da Unicamp, Carlos Roberto Soares Freire de Rivorêdo, no valor de R$ 25.676,70, mais um reembolso de passagem aérea em setembro, no valor de R$ 1.476,38.

Entre os agraciados, há desde profissionais liberais já contratados pela Assembleia até ex-secretários estaduais ligados ao PT. Com os maiores pagamentos aparecem na lista o advogado Ronaldo de Souza Franco (R$ 22.085,6), o cientista político Saulo Monteiro de Souza (R$ 18.035,6), a psicóloga Lilian Regina Zeola (R$ 9.760,4), o advogado Rafael Meirelles Gomes de Avilla ( R$ 9.760,4), a jornalista Evellyn Rabelo Ferreira (R$ 8.029,24) e o médico e sindicalista Ronaldo de Souza Costa (R$ 5.729,97).

Entre aqueles que já possuem cargos na Assembleia Legislativa são discriminados valores que variam de R$ 500 a R$ 2 mil, sempre nominados como “ajuda de custo”. Outras despesas são com recibos sobre informática, transporte, alimentação, hospedagem, tanto aos deputados, quanto aos assessores e taxas bancárias. No final, a Comissão ainda devolveu R$ 15.053,28 para a Mesa Diretora.

Fizeram parte da CPI os deputados estaduais Amarildo Cruz – presidente, Lauro Davi (PROS) – vice-presidente, Junior Mochi (PMDB) – relator, Eduardo Rocha (PMDB) – vice-relator e Onevan de Matos (PSDB) – membro.

A CPI visitou 14 hospitais em todo o Estado, ouviu 96 pessoas em 35 audiências e analisou mais de 70 mil documentos. O relatório final foi apresentado no dia 2 de dezembro do ano passado, com 104 páginas e foi aprovado pela maioria. Porém, não indiciou ninguém.