Corpo de Hugo Carvana é cremado no Rio de Janeiro

O corpo do ator e diretor Hugo Carvana foi cremado na manhã desta segunda-feira (6), no Memorial do Carmo, no Caju, zona norte do Rio. Fechada, a cerimônia foi acompanhada apenas por familiares. Antes, amigos de Carvana compareceram ao local para prestar as últimas homenagens. Segundo a família, ideia é jogar as cinzas na floresta […]

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O corpo do ator e diretor Hugo Carvana foi cremado na manhã desta segunda-feira (6), no Memorial do Carmo, no Caju, zona norte do Rio. Fechada, a cerimônia foi acompanhada apenas por familiares. Antes, amigos de Carvana compareceram ao local para prestar as últimas homenagens. Segundo a família, ideia é jogar as cinzas na floresta da Tijuca.

Hugo Carvana morreu neste sábado (4) com câncer no pulmão direito. Ele foi velado no domingo, a partir das 9 horas, no Parque Lage, zona sul da capital fluminense.De acordo com o Hospital Pró-Cardíaco, ele estava internado desde o dia 28.

No último sábado (27), o Festival do Rio fez uma sessão especial do filme “Vai Trabalhar Vagabundo”, dirigido por Hugo Carvana.Todos os filhos do cineasta estavam na sessão. Carvana não pode comparecer devido à saúde debilitada.

O ator era casado com Martha Alencar há 46 anos, com quem teve quatro filhos, Pedro, Maria Clara, Júlio, e Rita. O último filme que o cineasta dirigiu foi “A Casa da Mãe Joana 2” (2013).

Em 2013, ele concedeu uma entrevista à revista “Persoanlitté”, onde falou sobre seu diagnóstico de mal de Parkinson, a idade e de seu humor característico.

“A única coisa que lamento [por envelhecer] é não ter mais agilidade. A raiva que tenho é esta: queria que meu corpo tivesse a mesma energia que tenho na cabeça,” lamentou.

“Eu tenho a bactéria do humor. Toda minha obra como autor sempre foi voltada para a comédia. Tenho muito orgulho de dizer que não sigo tendências, faço isso desde 1973, com ‘Vai trabalhar, vagabundo’”, contou.

Trajetória

Carioca, nascido em Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio, Hugo Carvana de Holanda começou sua carreira artística aos 18 anos fazendo figuração para um filme. Depois disso fez 22 chanchadas.

Em 1954, foi fazer teatro. Encenou “O Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna, em 1958, e mais tarde , “O Pagador de Promessas”, de Dias Gomes e “Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues, da companhia do Teatro Nacional de Comédia, TNC.

Ainda nos anos 50, participou do Cinema Novo, estreando com Ruy Guerra, em “Os Cafajestes”, e depois trabalhando com Cacá Diegues e Glauber Rocha

Carvana tornou-se conhecido do grande público atuando em novelas na televisão. Foi Daniel Filho quem o convidou para seu primeiro trabalho, “Anastácia, a Mulher sem Destino” (1967). de Janete Clair.

Foi no cinema que Carvana foi mais reconhecido com o primeiro filme que ele dirigiu, “Vai Trabalhar, Vagabundo”, de 1973. Com o longa, ganhou o Kikito de Ouro de Melhor Filme, no Festival de Gramado.

De 1962 a 2013, foram 681 atuações no cinema. Entre elas, “Bravo Guerreiro”, de Gustavo Dahl; “A Grande Cidade”, “Os Herdeiros”, “Quando o Carnaval Chegar” e “Deus é Brasileiro”, de Cacá Diegues; “Tenda dos Milagres”, de Nelson Pereira dos Santos; “Macunaíma”, de Joaquim Pedro de Andrade e Pindorama e “Toda Nudez Será Castigada”, de Arnaldo Jabor. O último foi em “Giovanni Improtta”, de 2013.

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