Coordenador do Serviço Móvel de Atendimento (Samu), José Eduardo Cury atribuiu a pactuação firmada pela gestão anterior, no âmbito da CIB (Comissão Intergestores Bipartite), a superlotação que vem sendo registrada nas UPAS. Em troca de um repasse mensal de R$ 150 mil do Ministério da Saúde a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino foi habilitada para ser referência no atendimento de emergência de 30 municípios, além de Campo Grande. A CIB é integrada pelo secretário estadual e os secretários municipais de Saúde de todo o Estado.

Na avaliação de Cury, “literalmente venderam uma estrutura de saúde destinada a atender os mais de 800 mil moradores da Capital que hoje está sobrecarregada pela demanda vinda do interior que tem enviado pacientes driblando o sistema de regulação”. Segundo ele, tem havido também uma demanda espontânea do interior que está comprometendo o atendimento nas UPAS da Vila Almeida e do bairro Universitário. São pacientes, normalmente em estado grave, que ao invés de ser encaminhados aos hospitais acabam indo para as unidades.

Segundo a diretora de Assistência a Saúde, Ana Paula Gonçalves, a habilitação das UPAs Coronel Antonino e Universitário como de porte 3, teve abranger um número muito grande de municípios, porque conforme resolução do Ministério da Saúde, estas unidades devem cobrir uma área populacional entre 250 mil e 300 mil habitantes. “A gestão anterior poderia pactuar em cima de 250 mil e um moradores que já estava dentro dos critérios. Preferiu firmar em cima do teto, que são os 300 mil habitantes”, explica.

A questão terá de ser rediscutida, conforme a diretora, porque Campo Grande terá mais três UPAS (Leblon, Moreninhas e Santa Mônica) de porte III que também serão referência no atendimento de alguns municípios no entorno da Capital.