Conselheiro do CRF alerta: “Brasileiro deveria ter mais medo de medicação”

Em 20 de janeiro comemora-se o “Dia do Farmacêutico”, profissão aparentemente promissora em Campo Grande se o olhar de observação for a quantidade de farmácias abertas. Nos últimos anos a quantidade de estabelecimentos no setor chegou a 300 na Capital e expôs o pequeno empresário a um mercado de difícil sobrevivência. “O que acontece aqui é […]

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Em 20 de janeiro comemora-se o “Dia do Farmacêutico”, profissão aparentemente promissora em Campo Grande se o olhar de observação for a quantidade de farmácias abertas. Nos últimos anos a quantidade de estabelecimentos no setor chegou a 300 na Capital e expôs o pequeno empresário a um mercado de difícil sobrevivência.

“O que acontece aqui é um reflexo do ramo no Brasil todo. Para o pequeno empresário é complicado devido a guerra de preços e o investimento maior em Marketing que as redes conseguem injetar. Todavia não é apenas isso, pois para o cliente a publicidade faz diferença na captação do consumo”, diz o farmacêutico Ronaldo Abrão, que será candidato único em abril a presidência do Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul (CRF-MS).

A entidade passou por eleições em novembro de 2013, onde os 1204 profissionais inscritos foram convocados para escolher seus conselheiros federais e regionais, além dos membros da Diretoria. A Chapa que elegeu o novo presidente no entanto ficou impedida de tomar posse em virtude de uma determinação do Estatuto, onde se exige a aprovação nas urnas de 50%+1 dos conselheiros regionais.

Diante disso, em abril deste ano o CRF-MS deverá escolher novamente sua Diretoria para a gestão 2013-2014, sendo que a chapa representada por Ronaldo Abrão para presidência. Atualmente a entidade tem a administração de uma junta interventiva, com a presidência, vice-presidência, secretário e tesoureiro interinos.

Confira a entrevista com o conselheiro do CRF-MS que atua na profissão há 30 anos e alerta a população para o risco do uso indiscriminado de remédios:

Midiamax – A vinda das grandes cadeias de drogarias representa um crescimento do setor ou uma ameaça?

Ronaldo Abrão – A empresa de grande porte tem tanta força que por marketing de preços consegue vender medicamento de uso contínuo abaixo da tabela, por exemplo. São variações que no final mostra um equilíbrio de preços entre todos os agentes do setor. Quem sofre com essas promoções é o pequeno empresário.

Midiamax- E isso serve como um fator de intimidação ao novo profissional que sai da Faculdade para o mercado?

R.A – Por incrível que pareça não. A preferência de 90% dos acadêmicos quando se tornam profissionais é a de abrir uma farmácia. Sei disso porque o CRF-MS faz muitas palestras para os estudantes, em que orientamos sobre a área e as diversas possibilidades de atuação. Poderia citar além das farmácias outras 63. O trabalho em farmácia é o único em que temos uma condição exclusiva: só o farmacêutico tem essa permissão.

Midiamax- Um trabalho fundamental para evitar problemas com automedicação. É um problema que tem diminuído?

RA- A legislação que proíbe a compra sem receita de muitos medicamentos tem ajudado porém só isso não resolve. O brasileiro infelizmente não tem medo do remédio, o que gera comportamentos muito perigosos. Seja por deixar o medicamento antes do prazo indicado pelo médico na hora que ele pensa estar bem ou quando resolve retomar o remédio sem a consulta.

Midiamax- E qual seria a solução para diminuir estes riscos?

RA- Campanhas educativas como a realizada em São Paulo para o ‘Dia do Farmacêutico’. Lá provaram que a maioria das pessoas aceitaram remédios oferecidos sem antes perguntar os efeitos colaterais.

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