Comerciantes e moradores lutam para resistir ao abandono na região da antiga rodoviária
Nem os vereadores quiseram enfrentar a realidade do local, que foi cogitado como opção para abrigar a Câmara Municipal, à época despejada. Quem resiste, diz que falta apoio do poder público para revitalizar a região.
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Nem os vereadores quiseram enfrentar a realidade do local, que foi cogitado como opção para abrigar a Câmara Municipal, à época despejada. Quem resiste, diz que falta apoio do poder público para revitalizar a região.
Lojas de roupas, relojoaria, estúdio de música e fotografia, além de eventos culturais. São exemplos de estabelecimentos e iniciativas de quem, por um ideal ou necessidade, tenta manter viva a antiga rodoviária de Campo Grande (MS), localizada entre a Rua Dom Aquino e Barão do Rio Branco, no centro da Capital.
O local chegou a ser cogitado como nova sede para a Câmara Municipal de Campo Grande, que estava à época na briga para não ser despejada. Mas, nem os vereadores aceitaram encarar a realidade da região.
Desde 2012, quando o terminal de transbordo rodoviário se mudou para a saída de São Paulo, comerciantes da época e outros que apostam na antiga estação tentam resistir ao que chamam de “abandono do poder público”. “Marginalizam o local, mas não é nada disso, o que precisamos é de uma parceria público-privado”, defende a comerciante Roseane Neli Lima.
Ela e outros comerciantes e moradores do entorno da rodoviária tentam encabeçar projetos de revitalização da administração pública há cinco anos, quando a rodoviária ainda funcionava no local. “Tentamos negociar desde então, mas nada saiu do papel”, lamenta.
Os comerciantes questionam a parte que cabe ao poder público. “A nossa parte estamos fazendo, que é manter lojas e eventos que levantem o local”. O prédio tem 229 salas, mas nem todas estão ocupadas.
“Estamos lutando para que o prédio seja revitalizado, o que atrapalha é o desrespeito dos órgãos públicos”, ressalta a proprietária de várias salas, Heloísa Cury, que tenta há três anos revitalizar o local. Ela conta que houve avanço desde 2013, quando foi realizada uma feira, 18 novos empresários se instalaram no local. “O que mostra que a antiga rodoviária não está abandonada como dizem”, afirma.
A proprietária comenta, ainda, outra medida que tenta implementar na rodoviária. “Estamos atraindo jovens ligados à cultura”. Heloísa cita como exemplo a “Luz na Rodo”, evento que reúne teatro, dança, música, cinema, moda, artesanato, tatuagem, gastronomia, entre diversas outras modalidades, que chega a segunda edição em julho de 2014.
Apesar do cenário desfavorável, com relação à parte que eles cobram da Prefeitura, os comerciantes continuam na rodoviária, na esperança de uma revitalização. “Está complicado, mas espero que os políticos relembrem o que falaram nas campanhas políticas”, aponta o dono de uma relojoaria, Saul Donilson, comerciante há 35 anos na rodoviária. “A área é privilegiada, mas está degradada”, finaliza.
Reflexos do abandono
Os reflexos do descaso com o local atingem quem sobrevive e mora no entorno da antiga rodoviária. Comerciantes e moradores da Avenida Marechal Rondon fazem coro ao afirmarem que o local está abandonado. Eles citam casos de usuários de droga, prostituição, assalto e arrombamentos. “Está 100% abandonada esta região”, reclama a dona de uma loja de móveis usados, Gil Ferreira dos Santos.
A maioria dos entrevistados afirma que tiveram seus estabelecimentos arrombados pelo menos uma vez. “Sempre tem assalto, acredito que seja por conta do abandono e descaso com a rodoviária”, enfatiza Roseli Teodoro Lopes, proprietária de um mercado no local.
A sensação é de que os comerciantes aprenderam a conviver com a violência e insegurança da região. “Quando está muito tenso fechamos as portas mais cedo, porque fica muito perigoso, piorou com a saída da rodoviária”, afirma a comerciante Leila Zozar. Ela diz acreditar que o espaço tem potencial, o que falta, mais uma vez, é vontade política. “É um local muito bom, precisa ser revitalizado urgentemente”.
Revitalização
Segundo a Prefeitura de Campo Grande, o prédio da rodoviária antiga não pertence totalmente à administração pública municipal, já que o local pertence a mais de 70 proprietários em regime de condomínio.
A informação oficial é de que a Prefeitura utilizava menos de 10% do espaço total, destinado para o transporte público. Sobre a possível revitalização, a assessoria afirmou que a atual gestão ainda não informou se há algum projeto.
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