Começou hoje na Coreia do Sul o julgamento de 15 membros da tripulação de uma balsa Sewol que naufragou na costa do país em 16 de abril, matando mais de 300 pessoas, a maioria estudantes. A audiência teve início com a sala lotada, incluindo parentes das vítimas.

Quase dois meses depois da tragédia, mergulhadores continuam as buscas por 12 passageiros no interior da balsa. O capitão da embarcação, Lee Joon-Seok, e três tripulantes são acusados de homicídio por negligência e podem ser condenados a pena de morte, de acordo com o Código Penal sul-coreano, embora as execuções estejam suspensas desde 1997.

Os outros 11 tripulantes respondem por crimes de menor gravidade. As acusações mais graves são consequência do fato de Joon-Seok e outros tripulantes terem abandonado a embarcação de 6.825 toneladas enquanto centenas de pessoas ainda estavam encurraladas no interior do navio, após o incidente.

Entre os mortos, também estão alguns tripulantes que ficaram para tentar salvar passageiros. Ao todo, o Sewol transportava 476 passageiros, incluindo 325 estudantes do ensino secundário que participavam de uma visita de estudos.

O naufrágio gerou reação da população contra o governo sul-coreano, acusado de ter gerido mal a crise e ser lento na atuação, além de ter dado informações desencontradas às famílias das vítimas, levando à renúncia do primeiro-ministro da Coreia do Sul, Chung Hong-won, 11 dias depois da tragédia. Hong-won assumiu a responsabilidade pelo acontecido. A presidenta do país, Park Geun-hyee, também fez um pedido de desculpas público reconhecendo os erros.