Os combates pareciam perder intensidade em Gaza na manhã deste sábado (9), no horário local, após um dia marcado por uma chuva de foguetes e por ataques israelenses que deixaram cinco mortos. Na sexta (8), foram ao menos 60 foguetes lançados em direção a Israel, segundo anunciou o Exército, que disse ter realizado 82 ataques aéreos no território em represália. Três combatentes palestinos teriam sido mortos nesses bombardeios.

Mesmo com o aparente esfriamento dos ataques, alguns bombardeios continuaram ocorrendo em Gaza, na madrugada de sábado, em especial nas zonas abandonadas por seus habitantes. De acordo com um correspondente da AFP, ainda não há vítimas. O Exército informou que os lançamentos de foguetes contra Israel cessaram às 21h de sexta-feira no horário local (15h de Brasília).

Fontes médicas palestinas relataram que um garoto de dez anos morreu em bombardeios no norte da cidade de Gaza. No sul do enclave, três pessoas também morreram em bombardeios perto de Khan Yunis, e um jovem morreu perto de Rafah.

A batalha pareceu se limitar à troca de projéteis, sem recuperar a intensidade dos dias anteriores à trégua. O Exército israelense garantiu que, até o momento, sua ação se restringia aos bombardeios.

Na terça de manhã, após anunciar a destruição dos túneis do Hamas, o Exército havia retirado suas tropas, mas na sexta, com o fim da trégua, restabeleceu as disposições de defesa passiva que havia suspendido.

Nova trégua

Na noite desta sexta-feira (8), os Estados Unidos manifestaram sua esperança de que as partes cheguem a uma nova trégua “nas próximas horas” e lamentaram que o movimento islâmico palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, “continue formulando exigências maximalistas”.

Os negociadores palestinos afirmaram nesta sexta-feira (8) estarem dispostos a continuar negociando no Cairo uma trégua no conflito em Gaza, depois da retomada dos bombardeios israelenses e o lançamento de foguetes do Hamas, informa a France Presse.

“Dissemos aos mediadores egípcios que continuamos aqui para alcançar um acordo final que restaure os direitos dos palestinos”, afirmou Azam al-Ahmed.

Mais cedo, o Egito, país mediador do conflito, pediu a israelenses e palestinos que retomem as negociações para uma nova trégua, assegurando que restam apenas alguns desacordos a serem resolvidos.

Israelenses e palestinos se culpam mutuamente pelo fracasso das negociações para alcançar uma trégua duradoura. “Não tivemos qualquer resposta dos israelenses para nossas exigências”, garantiu o porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri. “O ocupante (Israel) é plenamente responsável pelo que vai acontecer”, insistiu.

Do lado palestino, declarações de mediadores egípcios e de palestinos davam a entender que nem tudo estava terminado. “Continuaremos aqui para alcançar um acordo final que restaure os direitos do nosso povo’, declarou à imprensa, no Cairo, o chefe dos negociadores palestinos, Azam al Ahmed.

Outras mortes

Na Cisjordânia, soldados israelenses mataram, na sexta-feira, um adolescente palestino de 19 anos que participava de uma manifestação contra a ofensiva israelense na Faixa de Gaza.

Mais ao sul, um jovem palestino atingido também na sexta por disparos do Exército israelense durante uma manifestação em Hebron morreu neste sábado, e dezenas de palestinos ficaram feridos.

Na Jordânia, milhares de pessoas se reuniram na sexta-feira, respondendo à convocação da oposição islâmica, para celebrar “a vitória de Gaza”. A maioria levava bandeiras do Hamas.