Com promessa de linha inspirada no Pantanal e 1.500 empregos, cosméticos serão feitos em MS

Com projeto de lançar produtos inspirados no Pantanal, assim como a Natura faz com a Amazônia, a maior indústria de cosméticos da Europa promete entrar no mercado brasileiro via Mato Grosso do Sul. A Salerm Pantanal, como deve ser chamada, programa a construção de uma fábrica em Campo Grande a partir de 2015.

De acordo com o diretor financeiro da indústria, Raúl Gomez, de 46 anos, há alguns anos eles estão de olho no mercado brasileiro, que se encontra na segunda posição mundial. Mas só agora com os incentivos fiscais e a doação de um terreno de 50 mil metros quadrados para a instalação da indústria o desejo de vir para o Brasil deve se concretizar.

Preços menores

Raúl diz ainda que as sul-mato-grossenses vão poder comemorar depois que a industria já estiver instalada. Segundo ele, de inicio os produtos vão ser importados da Espanha, mas assim que laboratório e indústria estiverem funcionado a todo vapor, a tendência é que os preços no mercado local sejam mais baratos. “Vão ser mais baratos sim. Mas antes temos que esperar várias autorizações sanitárias, para somente depois, efetivarmos a produção”, diz.

Made in Pantanal

Outra novidade que vai levar a cultura e o nome do Estado para fora vai ser os produtos com origem na flora pantaneira. Raúl conta que será instalado um laboratório em Mato Grosso do Sul com vários pesquisadores que vão cuidar de identificar e explorar o que pode ser potencialmente comercializado. “Vamos fazer testes e procurar na flora do Pantanal matérias-primas que possam vir a desenvolver produtos”, diz.

Emprego

A construção da fábrica da Salerm, que terá um investimento de mais de R$ 100 milhões, deve gerar pelo menos 1.500 empregos diretos e indiretos, e será a porta de entrada do Grupo VMV para outros países da América do Sul.

Incentivos

Conforme o diretor-geral da Salerm Pantanal, Marcelo Mesquita Corrêa, a construção vai se iniciar efetivamente no início de 2015. A Prefeitura doou um terreno de 50 mil m², localizado no Polo Industrial Oeste. A construção será feita em três fases, sendo dois anos, mais dois anos e um ano, totalizando cinco anos.

Mas, a fábrica vai começar a operar  na primeira fase, inclusive com formação para os profissionais que vão trabalhar com os produtos. “Primeiramente estamos implantando um espaço para importação e comercialização dos produtos, com um primeiro investimento de R$ 1 milhão. O mais importante é que vamos não só oferecer o emprego, como também toda a formação profissional”, explica.

Secretário da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e Agronegócio, Edil Albuquerque, conta que a empresa recebeu os mesmos incentivos que as locais. Segundo ele, tudo foi feito por meio de carta-consulta e, caso a empresa não cumpra os critérios estabelecidos, perde o direito ao terreno.

“Damos o incentivo para gerar emprego, esta é a contrapartida da indústria. Queremos diversificar nossa economia, mas se não cumprem o que é acordado, rompemos o acordo”, diz.

Números

Em 2012, as vendas de cosméticos no Brasil somaram US$ 41,8 bilhões (cerca de R$ 84,5 bilhões), de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). No ano passado, a estimativa era de crescimento de 17%, alcançando US$ 48,7 bilhões (R$ 98,4 bilhões). Com números tão encorpados, em contínua expansão desde 2000, as gigantes da beleza estão cada vez mais empenhadas em investir no País.