COI discute como baratear candidaturas a sedes olímpicas

O Comitê Olímpico Internacional (COI) começou a receber na quarta-feira sugestões destinadas a manter a popularidade e lucratividade dos Jogos Olímpicos nos próximos anos, o que inclui medidas para baratear as candidaturas das cidades anfitriãs e até a possibilidade de realizar os eventos em mais de uma sede. O COI obtém enormes lucros com os […]

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O Comitê Olímpico Internacional (COI) começou a receber na quarta-feira sugestões destinadas a manter a popularidade e lucratividade dos Jogos Olímpicos nos próximos anos, o que inclui medidas para baratear as candidaturas das cidades anfitriãs e até a possibilidade de realizar os eventos em mais de uma sede.

O COI obtém enormes lucros com os Jogos, mas seus dirigentes estão alarmados com o número cada vez menor de cidades candidatas a receber esses eventos, com o custo elevado das candidaturas e com a oposição social a elas.

Os Jogos de Inverno de Sochi, que começa na sexta-feira, é a mais cara Olimpíada já realizada, a um custo superior a 50 bilhões de dólares – um investimento que muitos estão questionando.

O presidente russo, Vladimir Putin, investiu grande parte do seu prestígio político e pessoal na realização do evento, apostando em transformar o balneário do mar Negro em um atrativo polo turístico. Mas a agência de qualificação de crédito Moody’s disse em um relatório na quarta-feira que os Jogos de Sochi dificilmente garantirão um impulso significativo à economia russa.

Para a Olimpíada de Inverno de 2022, várias cidades já retiraram suas candidaturas, devido a preocupações com os custos elevados. Ao mesmo tempo protestos no Brasil contra a realização da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, no Rio, mostram os problemas associados à realização de megaeventos esportivos.

Os membros do COI disseram que é preciso rever todo o processo, a começar pela definição das sedes.

“Acreditamos que devemos fazer mais para apoiar melhor as cidades candidatas no seu envolvimento”, disse o vice-presidente do COI, John Coates, no começo da sessão da organização em Sochi.

“Não estamos pedindo demais (das cidades candidatas)? Não deveria o procedimento da candidatura ser mais um convite a potenciais candidatos do que uma licitação para uma franquia? O custo das candidaturas preocupa todos nós.”

As discussões são parte da Agenda Olímpica do COI para 2020, com o objetivo de reformular o evento – uma ideia lançada pelo presidente Thomas Bach depois da sua eleição, em setembro.

Os membros do COI também discutiram a viabilidade de realizar os Jogos em duas cidades, ou mesmo em mais de um país, e a possibilidade de subsidiar as candidaturas, que podem custar quase 100 milhões de dólares.

A maioria, no entanto, acredita que a realização dos Jogos em duas cidades afetaria o “caráter ímpar” do evento e prejudicaria o ambiente geral.

Muitos se mostraram favoráveis a retomar as visitas dos membros do COI às cidades candidatas, as quais foram abandonadas por causa de denúncias de suborno no processo que levou à escolha de Salt Lake City (EUA) como sede da Olimpíada de Inverno de 2002.

O COI também discutirá a inclusão de novos esportes nos Jogos e a conveniência de manter um período de sete anos antes da sua adoção. As decisões serão tomadas em uma sessão extraordinária em dezembro.

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