Cineasta que gravou primeiro longa em cores em MS estreia duas produções nesta segunda

O cineasta Reynaldo Paes de Barros irá lançar dois filmes na próxima segunda-feira (18) no Marco (Museu de Arte Contemporânea em Campo Grande). O sul-mato-grossense que nasceu em uma fazenda Pindaival (1937) no Pantanal de Santo Antônio do Leverger e fez carreira em Los Angeles, foi o primeiro diretor a gravar em cores no Mato […]

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O cineasta Reynaldo Paes de Barros irá lançar dois filmes na próxima segunda-feira (18) no Marco (Museu de Arte Contemporânea em Campo Grande). O sul-mato-grossense que nasceu em uma fazenda Pindaival (1937) no Pantanal de Santo Antônio do Leverger e fez carreira em Los Angeles, foi o primeiro diretor a gravar em cores no Mato Grosso do Sul.

Paes, que passou toda infância em Campo Grande, e estudou cinema na University Of Califórnia, conta que com a experiência nos Estados Unidos voltou ao Brasil em 1964 e participou de várias coproduções europeias e de dois longas metragens do Tarzan realizados no país por produtoras norte-americana.

Mas foi em 1971 que realizou um dos seus grandes feitos: dirigiu o filme “Pantanal de Sangue”, uma obra de ficção que registra pela primeira vez em cores uma grande cheia no Pantanal.

Posteriormente dirigiu “A Noite dos Imorais” (1978) e como diretor de fotografia trabalhou nos filmes “Menino de Engenho” (1965), “Anjo Loiro” (1973), “Amadas e Violentadas” (1975) e “Possuídas pelo pecado”, “Chão Bruto” (1976) entre outros.

Agora volta a estrear produções ‘pantaneiras’ com “Confissão” e “Matem… Os outros!”. Ambos realizados em Campo Grande com recursos do Fundo de Incentivo a Cultura (FIC) da Fundação de Estado de Cultura.

O cineasta conta que o primeiro filme a ser exibido é um curta-metragem de 17 minutos, baseado no conto homônimo do escritor mineiro Luiz Vilela. “É uma adaptação. Eu entrei em contato com ele e iniciamos a produção aqui. É um elenco pequeno. A história é sobre um garoto que flagra a nudez de uma vizinha e tem uma crise consciência”, diz.

Já “Matem… Os outros!” é um média metragem de 27 minutos que, sem maniqueísmo, apresenta uma visão contundente do conflito de terras entre fazendeiros e índios em Mato Grosso do Sul. “Acho um incômodo que isso continue sem solução. Nossa classe política não se movimenta, principalmente to governo federal, que não faz nada. A FUNAI tem inúmeras acusações sobre ela. Acusações que não se resolvem. E ainda dizem que supostamente há dinheiro para indenização. É uma situação triste que nada é feito, nada é solucionado”, critica.

Ele explica que para fazer o filme entrevistou pessoas que tiveram as terras ocupadas pelos índios e é sobre isso que se trata o filme. “O filme é basicamente a história de um casal de paulista que tem o carro quebrado na estrada. Eles são dois produtores rurais que tiveram suas terras invadidas”, diz.

Sobre o final, diz que não irá falar para não estragar a estreia. “São dois filmes para adulto. Muito dialogo de conceitos e preconceitos expressos livremente. Muitos podem se sentir incomodados, mas enfim o cinema não é só para agradar. É para causar discussão também”, finaliza.

As estreias acontecem nesta segunda-feira (18), às 19h30, no MARCO, que está situado na Rua Antônio Maria Coelho, n. 6000. A entrada é livre.

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