A China divulgou nesta sexta-feira seu relatório sobre a política de direitos humanos dos Estados Unidos, denunciando, entre outros, os ataques aéreos com drones contra outros países, a espionagem on-line patrocinada pelo Estado e o aumento de crimes a mão armada em seu território.

Segundo Pequim, os Estados Unidos “violam os direitos humanos” no exterior, mas também ocultam o que ocorre neste nível em seu próprio território.

Em relação aos ataques com drones, o relatório chinês menciona as diversas vítimas civis fatais deixadas no Paquistão, por exemplo.

Em nível interno, ressalta a “violência armada desenfreada” e a utilização do trabalho infantil no setor agrícola.

Na quinta-feira, o Departamento de Estado americano publicou seu relatório anual 2013 sobre direitos humanos.

De acordo com o relatório, “os governos autoritários ao redor do mundo recorreram às forças de segurança para consolidar seu poder e suprimir a dissidência em detrimento da estabilidade, da segurança e do desenvolvimento econômico de seus países no longo prazo”.

“Da Praça da Independência na Ucrânia até o parque Gezi na Turquia, as autoridades recorreram à violência para dispersar protestos pacíficos em todo o mundo, ferindo gravemente dezenas de pessoas”, informa o texto.

As forças de segurança devem ser responsabilizadas por abusos contra os direitos humanos, no Sudão, na Síria ou em Mianmar, indica o documento.

Os Estados Unidos criticaram a China pela repressão contra uigures e tibetanos, mas destacaram alguns avanços, como a abolição de campos de trabalho e da política do filho único.

Como em todos os anos, a China respondeu ao documento americano, ao dedicar ao país um relatório especial sobre o tema.

As autoridades americanas acusam regularmente a China de atentar contra os direitos humanos. Pequim responde sistematicamente pedindo a Washington que ponha ordem na casa, e publicando seu próprio informe sobre os Estados Unidos.

O cruzamento de acusações acontece num contexto de tensão entre as duas potências, com a recepção, na semana passada, na Casa Branca, do Dalai Lama, acusado por Pequim de promover o separatismo no Tibet.