China oferece US$ 35 bilhões em financiamento de projetos na América Latina

A China ofereceu US$ 35 bilhões de recursos próprios para financiar projetos na América Latina na reunião que o presidente da China, Xi Jinping, teve nesta quinta-feira em Brasília com chefes de Estado de 11 países da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). “Os recursos foram oferecidos dentro de uma proposta chinesa para criar […]

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A China ofereceu US$ 35 bilhões de recursos próprios para financiar projetos na América Latina na reunião que o presidente da China, Xi Jinping, teve nesta quinta-feira em Brasília com chefes de Estado de 11 países da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).

“Os recursos foram oferecidos dentro de uma proposta chinesa para criar novos laços com a região”, afirmou a presidente Dilma Rousseff em entrevista coletiva após o encontro, que aconteceu no Itamaraty.

Os recursos estarão divididos em três tipos de fundo, cuja criação definitiva dependerá de negociações para a constituição de um fórum permanente entre o gigante asiático, que já é um dos maiores investidores na América Latina, e os 33 países da América Latina e do Caribe.

De acordo com Dilma, o primeiro dos fundos propostos pela China estará dotado de capital inicial de US$ 20 bilhões e será específico para financiar obras de infraestrutura na América Latina.

Outro fundo, de US$ 10 bilhões, oferecerá linhas de crédito para o financiamento de projetos de desenvolvimento na região, e o último, de US$ 5 bilhões estará destinado ao financiamento de projetos específicos em áreas definidas pela China que não foram citadas pela presidente.

“A China nos propõe uma relação muito importante”, afirmou Dilma sobre a oferta de uma aliança estratégica entre a maior economia asiática e a América Latina.

Para Dilma os recursos oferecidos pela China “serão potencializados também” com os colocados à disposição por outros membros do Brics, o fórum integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul; as grandes economias emergentes do mundo.

Os Brics anunciaram na terça-feira, na VI Cúpula, realizada em Fortaleza, a criação de um banco de fomento conjunto, com um capital inicial de US$ 50 bilhões, que dará financiamento para projetos de infraestrutura em países em desenvolvimento, incluídos os latino-americanos.

As linhas gerais desse banco foram descritas na cúpula que os líderes dos Brics tiveram nesta quarta-feira em Brasília com os presidentes dos 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

No encontro de hoje com Xi Jinping participaram, além de Dilma, os presidentes da Costa Rica, Luis Guillermo Solís; de Cuba, Raúl Castro; do Equador, Rafael Correa, assim como o primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, Gaston Browne, que formam atualmente o quarteto da Celac.

Também estiveram presentes os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos; do Chile, Michelle Bachelet; de Guiana, Donald Ramotar; do Suriname, Desi Bouterse; do Uruguai, José Mujica, e da Venezuela, Nicolás Maduro.

No encontro foi discutida igualmente a criação do Fórum Permanente China-Celac, uma iniciativa de Pequim que já foi respaldada pelo organismo latino e que deve ser formalizado em janeiro em Pequim, com uma primeira reunião dos chanceleres dos países latino-americanos e da China.

À essa reunião se seguirá a primeira Cúpula de chefes de Estado e de governo, também em Pequim, no primeiro trimestre do próximo ano.

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