Chilenos ‘abrasileirados’ ficam com o coração dividido em dia de jogo entre seleções

O coração pulsa no ritmo verde e amarelo, mas um pedaço dele, na verdade a metade, leva as cores da bandeira chilena, branco, vermelho e azul. Assim fica o peito do fotógrafo Victor Daniel Arriagada, conhecido entre os amigos como Victor Chileno, em dia de jogo entre Brasil e Chile na Copa do Mundo.

Há mais de 20 anos ele mora no Brasil, onde veio no intuito de estudar. Antes de fixar residência em Campo Grande, o fotógrafo conheceu outros Estados e depois de passar por muitas cidades, rendeu-se ao país e viu-se ‘apaixonado pela Brasil’.

“No primeiro tempo visto a camisa do Brasil e no segundo a do Chile. Quando a seleção brasileira joga eu sou brasileiro até debaixo d’água, mas hoje meu coração fica dividido”, explica o chileno.

O engenheiro agrônomo Gerardo Felipe Espinosa Perez, de 33 anos, também passa pelo mesmo dilema. Ao lado da mulher brasileira e da filha, ele também se vê dividido entre as seleções.

A pequena Bruna, de 9 anos, já anunciou que hoje vai torcer com a mãe para o Brasil, mas só para a torcida não ficar desigual, pois a prole se reunirá na casa da avó chilena para ver a disputa. E como o jogo será na hora do almoço, na mesa um prato típico do Chile, o Anticuchos, um espetinho de carnes.

Gerardo está há 26 anos no Brasil, gosta de morar aqui, porém, na hora em que o hino do Chile começar, ele diz acreditar que ficará com um nó na garganta, uma vez que a lembrança de seu país de origem vem à tona.

“A seleção chilena tem uma desvantagem quanto à brasileira em virtude da estatura dos jogadores, mas eu aposto que o Chile ganhará de 2 a 1”, disse. Os gols chilenos, segundo Gerardo, serão marcados por Alexis Sánchez e Vargas.

Família dividida, coração dividido, nacionalidade também divida, apaixonado pelo país da Copa e por Campo Grande, Gerardo Felipe afirma que caso as seleções cheguem na final do campeonato, o coração pode não aguentar tanta emoção.

A partida entre Brasil e Chile começa às 12 horas (horário de MS), no Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG).