Pelo menos 25 pessoas já foram mortas por causa do deslizamento de um morro há uma semana no noroeste dos Estados Unidos, segundo as equipes de resgate, e os moradores encaram a perspectiva de que muitos dos 90 desaparecidos jamais serão localizados.

Mais um corpo foi achado na noite de quarta-feira, diante de uma comunidade profundamente traumatizada, que se une para confortar os enlutados e amparar as equipes de resgate da forma como for possível – de refeições a vigílias com orações.

Lojas na vizinha Arlington colocaram cartazes escritos à mão pedindo solidariedade e doações, escoteiros recolhiam comida em frente a um mercado, e uma liga de boliche ofereceu o dinheiro de um prêmio para os esforços de ajuda.

O pedreiro Steve Findley preparava o desjejum para dezenas de moradores dentro de uma escola de Arlington transformada em abrigo temporário pela Cruz Vermelha. “Todas as pessoas que eu conheço foram embora”, disse ele.

Em outra cidade próxima, Darrington, cerca de 40 pessoas distribuíam água, comida, fraldas e outros mantimentos a famílias desabrigadas. “Esta é uma comunidade muito forte”, disse Jamie Olsen, de 25 anos, que participava da operação com o marido. “Todos nos mantemos juntos.”

O deslizamento, causado pelas fortes chuvas, aconteceu no sábado, na localidade de Oso, cerca de 90 quilômetros a nordeste de Seattle. A chuva prevista para quinta-feira deve prejudicar as buscas por corpos e sobreviventes, feitas com o auxílio de cães farejadores, pequenas câmeras e sofisticados equipamentos de audição.

Na noite de quarta-feira, o bombeiro Brian McMahan informou à comunidade em Darrington que mais um corpo havia sido achado durante o dia, elevando o total a 25.

O presidente Barack Obama já assinou uma declaração de emergência ordenando que o governo federal ofereça assistência adicional às operações de buscas estaduais e locais. Uma conta bancária local que reúne fundos para o desastre já tinha quase 50 mil dólares na quinta-feira.