#CGR115: você lembra? Barão tinha ‘escadão’ barra pesada, mas romântico

Barão do Rio Branco era o título dado ao grande político e diplomata brasileiro José Maria da Silva, por isso a Rua Barão do Rio Branco, no coração de Campo Grande recebeu o nome, conforme relatos colhidos do livro de Paulo Coelho Machado, Pelas Ruas de Campo Grande, disponível no Arca (Arquivo Histórico de Campo […]

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Barão do Rio Branco era o título dado ao grande político e diplomata brasileiro José Maria da Silva, por isso a Rua Barão do Rio Branco, no coração de Campo Grande recebeu o nome, conforme relatos colhidos do livro de Paulo Coelho Machado, Pelas Ruas de Campo Grande, disponível no Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande).

Atualmente a via estreita, cheia de comércio e com pouca moradia está registrada na memória dos campo-grandenses. Há quem passe pelo local e se lembre que abaixo da Avenida Calógeras havia um calçadão e uma escadaria, construídos em 1979 e destruídos em fevereiro de 1999, segundo informações de jornais que registraram a obra da Prefeitura de Campo Grande, na época administrada pelo atual governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli.

Os recortes preservados pelo Arca revelam que a mudança ocorreu por se acreditar que seria viável para o trânsito e pelo fato de a passarela não ter utilidade para a população, exceto para os camelôs que ali ficavam.

O trecho da Barão entre a antiga rodoviária e a Avenida Calógeras não era bem-visto. O lugar ficou conhecido como perigoso e ponto de marginais, pois muitos passageiros que desembarcavam na rodoviária subiam para o Calçadão e viravam alvos de bandidos à espreita.

O aposentado Ailton Ramos Lima, de 70 anos recorda-se bem da época. “Ali teve várias mortes, tinha gente que matava e jogava as pessoas no córrego, era um antro de desocupados e assaltantes. Era feio ali”, recorda.

Ailton é um dos mais antigos frequentadores do Bar do Zé, também localizado na Barão, perto da Rua 14 de Julho. O aposentado diz que o bar era ponto de encontro dos fazendeiros. Das reuniões que ocorriam em volta das mesas saíam grandes negócios e vendas de gado.

O tempo passou, a Barão do Rio Branco mudou, a escadaria que passava sobre os trilhos desapareceu e o Calçadão acabou. Hoje este trecho da Barão perdeu a força do rótulo que recebeu, pois ganhou um novo cenário

O comerciante José Roberto Rodrigues, 56, observa que a remoção da escadaria e consequentemente dos camelôs trouxe mais segurança para a região. Ele diz que na época a muitos dos estabelecimentos da redondeza eram assaltados e poucos livravam-se da marginalidade. Mas para ele a escadaria poderia ter se tornado um patrimônio para Campo Grande.

“Era uma bagunça sim, tinha muito mais movimento que hoje, mas poderiam ter deixado o calçadão e a passarela como monumento”, analisou. Em 15 anos a rua ganhou um novo desenho e mostra como Campo Grande, a jovem Morena que completa 115 anos passa por inúmeras molduras, ano após anos, como será nos vindouros?

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