A comunidade internacional descarta qualquer intervenção militar na Líbia e continua empenhada em criar condições para um cessar-fogo e para uma base de diálogo entre as partes em conflito, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete.

Segundo ele, não se quer uma intervenção militar, mas condições para que a conciliação possa ocorrer. Machete falou durante conferência ministerial sobre a Líbia que está sendo realizada em Madri.

“O chanceler português lembrou que todas as pessoas que falaram na conferência defenderam que não deve haver intervenção militar externa e que é necessária uma pressão das Nações Unidas e da comunidade internacional mais próxima geograficamente”.

Rui Machete disse ainda que não pode haver, a essa altura, um posicionamento mais duro da comunidade internacional e que se não houver “espírito de conciliação” das partes envolvidas no conflito, a situação de crise se pode arrastar.

“Veja o que acontece efetivamente na Síria. O que queremos evitar é uma situação similar à que ocorre na Síria”, afirmou, acrescentando que a comunidade internacional continua a pressionar para uma solução de diálogo. Fora do debate da conferência, confirmou, ficaram “outras formas de pressão” como a econômica.

Machete disse que os participantes insistiram na necessidade de um cessar-fogo e de um diálogo político, inclusivo, que reúna todas as forças que se enfrentam neste momento.

“Há esperança de que diante da gravidade da situação a que se chegou, haja boa vontade, que os espíritos se iluminem e reconheçam o interessa que a Líbia e o povo líbio têm em que isso se faça”, disse.

Participam do encontro de Madri os países mais próximos à Líbia, especialmente o grupo de países europeus mediterrâneos Med 7, o Fórum 5+5 e o Grupo de Países Vizinhos da Líbia, que promoveu o quarto encontro no Cairo em 25 de agosto.

Em nível ministerial, participam delegações da Argélia, do Chade, Chipre, Egito, da , França, Grécia, Itália, Líbia, de Malta, da Tunísia, do Marrocos, da Mauritânia, Nigéria, de Portugal e do Sudão.

Participam ainda várias organizações internacionais incluindo a União Europeia, a União pelo Mediterrâneo, a Liga Árabe e as Nações Unidas.