Cauã não convence com o sommelier garanhão de ‘Amores Roubados’

Com uma história regada a traições, ficou claro desde o primeiro instante que Amores Roubados iria usar o apelo sexual como atrativo. Baseada no romance A Emparedada da Rua Nova, de Carneiro Vilela, a minissérie gira em torno de Leandro, interpretado por Cauã Reymond. Na adaptação da Globo, tudo é quente. Do texto, carregado de […]

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Com uma história regada a traições, ficou claro desde o primeiro instante que Amores Roubados iria usar o apelo sexual como atrativo. Baseada no romance A Emparedada da Rua Nova, de Carneiro Vilela, a minissérie gira em torno de Leandro, interpretado por Cauã Reymond. Na adaptação da Globo, tudo é quente. Do texto, carregado de expressões que misturam grosseria e virilidade, ao clima do sertão nordestino. No entanto, na pele de um sommelier sofisticado e garanhão, Cauã não convence. Seu sotaque nordestino é igual ao falado por Jesuíno, papel que fez em Cordel Encantado, também exibida pela Globo, em 2011. Se ele deixa a desejar, o resto do elenco masculino brilha em seus papéis. O destaque fica com Iradhir Santos, conhecido do público por interpretar o Deputado Fraga em Tropa de Elite 2. No papel de antagonista, Iradhir tem boas cenas.

O restante do elenco principal é formado por rostos conhecidos. Osmar Prato, Murilo Benício, Cassia Kis Magro, Isis Valverde e Dira Paes, que, acostumada a trabalhos mais rústicos na tevê, brilhou exalando sensualidade como a dondoca Celeste. Com isso, o elenco estrelado do horário nobre da tevê mescla-se com novos talentos locais, como Jesuíta Barbosa e Cesar Ferrario, que interpretam Fortunato e Bigode de Arame. A mistura de artistas regionais com outros já famosos ajuda a prosódia a soar mais orgânica, ainda que em alguns momentos seja difícil entender o que os atores falam.

Com texto assinado por George Moura, direção de José Luiz Villamarim e fotografia de Walter Carvalho – mesma equipe responsável por O Canto da Sereia –, Amores Roubados poderia ser um pastiche da série protagonizada por Isis Valverde em 2012 devido as repetições de equipe e elenco. No entanto, o andamento da narrativa é o grande contraponto entre as duas produções. A atual minissérie soa, por vezes, morosa demais. Apesar de o prólogo mostrar que o futuro reservado para Leandro não é dos melhores, a produção teve seus protagonistas apresentados calmamente.

Sem grandes momentos, a direção correta e os cenários deslumbrantes se unem à excelente fotografia. A beleza triste das terras do semiárido contrasta com a riqueza das vinícolas e reflete nas características e na temperatura dos personagens.

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