O Catar disse neste sábado que a decisão do Egito de classificar a Irmandade Muçulmana como um grupo terrorista é o “prelúdio para uma política de ‘atire para matar’” contra manifestantes.

O Catar foi um importante aliado do presidente egípcio deposto Mohamed Mursi, e os laços com o Cairo se deterioraram depois de o Exército derrubar o islamita em julho, após grandes protestos contra o seu mandato, que durou um ano.

O Egito acusa o Catar e a emissora de televisão Al Jazeera, que tem sede em Doha, de apoiar a Irmandade Muçulmana, declarada uma organização terrorista no dia 25 de dezembro. Milhares de membros do grupo foram presos.

O embaixador do Catar no Cairo, Saif Moqadam Al-Boenain, foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores egípcio, disse o porta-voz da chancelaria, Badr Abdelatty.

Um comunicado da chancelaria do Catar disse: “A decisão de designar movimentos políticos populares como organizações terroristas, e classificar manifestações pacíficas como terrorismo, não lograram êxito em interromper os protestos pacíficos”.

“Eles foram apenas o prelúdio de uma política de ‘atire para matar’ contra os manifestantes”, informou o comunicado, publicado pela agência de notícias estatal QNA. A nota também afirmou que “diálogos inclusivos” entre todos os lados eram a única solução para a crise egípcia.

Na sexta-feira, 17 pessoas morreram quando partidários da Irmandade Muçulmana entraram em confronto com a no Egito, desafiando a repressão ao movimento que governava o país até seis meses atrás.