Camping digital do PT treina militantes para ‘guerrilha virtual’

A um custo de R$ 400 mil, o PT começou ontem a treinar militantes do partido para aumentar e capacitar o time do partido que faz política nas redes sociais. Em um “camping digital” que ocorre até amanhã à noite em São José dos Campos, no interior paulista, cerca de 2 mil inscritos participam de […]

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A um custo de R$ 400 mil, o PT começou ontem a treinar militantes do partido para aumentar e capacitar o time do partido que faz política nas redes sociais. Em um “camping digital” que ocorre até amanhã à noite em São José dos Campos, no interior paulista, cerca de 2 mil inscritos participam de debates, palestras e oficinas que têm por objetivo formar o exército virtual da sigla que vai atuar nas eleições de outubro.

Em sua maior parte instalados em barracas do camping, dentro de um clube da cidade, os petistas começaram a chegar para o evento na noite de sexta-feira. São uma mescla de jovens e adultos, de diversos Estados: uns familiarizados com a rede e dispostos a discutir estratégias e outros que ainda engatinham no mundo digital. Entre os campistas, vereadores, assessores parlamentares e militantes em geral. Poucos portavam netbooks ou outros gadgets (aparelhos eletrônicos portáteis).

Nos três dias, frequentarão eventos que vão da tecnologia – “como usar um editor de imagens”, “como formar e articular redes”, “fotografia para o ativismo” – às estratégias -“como fazer seu blog acontecer”, “meme, como fazer um viral” -, passando pelo conteúdo -“novos movimentos de juventude, manifestações globais e as novas utopias pós-capitalistas” e “reforma política e a crise da democracia representativa”.

Ontem pela manhã, em uma das tendas, duas militantes virtuais do PT ensinavam como criar e gerenciar um perfil no Facebook e no Twitter. Kátia Figueira instruiu os presentes a separar as postagens pessoais das profissionais. “Como pessoa, você pode até falar da novela. Como partido, não”, sustentou. Alguém quis saber, então, o que ela achava do perfil oficial da presidente Dilma Rousseff no Facebook ter compartilhado, no início do mês uma animação da presidente mandando um “beijinho no ombro”, como no hit da funkeira Valeska Popozuda.

“A gente não quer atrair só o pessoal da esquerda, queremos atrair a direita. Queremos atrair a juventude. Quem atrai a juventude? Valeska Popozuda”, disse ela. “Mas sou contra o pancadão político, bater por bater! Bloqueie quem te agredir. É melhor você eliminar uma pessoa agressiva do que alimentar o ódio dela. Se chamar de petralha, nem precisa responder!”

Em outra tenda, jovens militantes do partido falavam sobre a importância de articulação nas redes. “Temos que nos sensibilizar que aquele é o novo espaço em disputa. “Hoje um idiota de direita com cinco milhões de seguidores faz um estrago que não conseguimos conter com nossos militantes”, disse o palestrante Tiago Pimentel.

Uma campista pediu a palavra e relatou que uma colega de partido criou uma página no Facebook com o mote do “Volta, Lula”. “Aquela página pode ser um tiro no pé. Se estamos querendo Lula de novo, é porque a Dilma não deu certo. Se a Dilma não deu certo, por que o (Alexandre) Padilha (pré-candidato petista em São Paulo) vai dar? Se a gente massificar aquela página, a mídia pode falar ‘nem o PT está se entendendo.’”

O secretário estadual de comunicação do PT, Aparecido Luiz da Silva, o Cidão, rechaçou o termo “guerrilha” que tem sido usado para se referir à formação digital da militância. “Dizem que estamos contratando gente. Não pagamos ninguém. O PT já é uma rede social muito antiga. É um partido que tem capilaridade.”.

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