Campanha inédita sobre marcapasso em Campo Grande será realizada gratuitamente

Aproximadamente 20 mil pessoas que passam pela manhã, no Terminal Bandeirantes, e de outras 5 mil que transitam no período vespertino no Shopping Pátio Central, em Campo Grande, poderão ser atendidas de graça pela Campanha Inédita sobre o Dia do Portador de Marcapasso. Vinte profissionais, dentre médicos cardiologistas e cirurgiões cardiovasculares, com parceria da Agetran […]

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Aproximadamente 20 mil pessoas que passam pela manhã, no Terminal Bandeirantes, e de outras 5 mil que transitam no período vespertino no Shopping Pátio Central, em Campo Grande, poderão ser atendidas de graça pela Campanha Inédita sobre o Dia do Portador de Marcapasso. Vinte profissionais, dentre médicos cardiologistas e cirurgiões cardiovasculares, com parceria da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Travel Way e Consórcio Guaicurus, estarão nesses dois locais, tirando dúvidas sobre dispositivos eletrônicos implantáveis que têm por finalidade regular os batimentos cardíacos.

De acordo com o Deca (Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial), mais de 300 mil pessoas utilizam o dispositivo atualmente no Brasil e, de 2000 até 2012 cerca de três mil em Mato Grosso do Sul, e poucos sabem o que pode, o que não pode, quais os riscos e o que é lenda, em relação ao implante cardiovascular.

Para divulgação sobre o assunto e orientação, segundo cirurgião-cardiovascular, Mauro Cosme Gomes Andrade, a campanha será promovida simultaneamente em 30 cidades brasileiras. Entre as principais dúvidas dos pacientes e parentes são possíveis interferências de celulares e outros aparelhos eletrônicos, como micro-ondas, portas giratórias de bancos, ressonância magnética e se é permitida a prática de atividade física. “Vamos distribuir cartilhas e fazer explicações presenciais com o auxílio de painéis ilustrativos, para esclarecer a população sobre os principais dispositivos eletrônicos implantáveis cardíacos, suas indicações, cuidados pré e pós-operatórios, limitações para prática de esportes e possibilidades de interferências”, explica.

O aposentado Manoel Gomes Rocha, de 66 anos, que mora na região sul da cidade e aguarda no Terminal Bandeirantes o ônibus para o centro da cidade, aprovou a campanha. “Eu tenho sopro no coração, não quero operar e nem colocar esse marcapasso, é bom que vou saber como funciona; a maioria dos idosos precisa”, disse o aposentado.

Para técnica de enfermagem, Ivete Correira da Costa, de 48 anos, só a presença de médicos já é importante. “A população é muito carente de atendimento médico e de informações”, comentou.

Saúde pública

A campanha também tem o objetivo de alertar a opinião pública sobre a necessidade de melhorar o acesso dos pacientes que precisam desses dispositivos e ao profissional médico, principalmente no SUS (Sistema Único de Saúde), uma vez que atualmente muitas pessoas morrem na fila de espera por um implante. Segundo dados do Censo Mundial de Marcapassos e Desfibriladores, o Brasil perde nesses procedimentos para países vizinhos como Argentina, Uruguai e Chile. Por aqui são implantados 199 marcapassos por milhão de habitantes, enquanto no Chile são 216, na Argentina 382, no Uruguai 578 e em Porto Rico 606 marcapassos por milhão de habitantes.

Em países desenvolvidos esses números são ainda mais expressivos: 746 na Espanha, 762 em Portugal e 767 marcapassos por milhão de habitantes nos Estados Unidos. Na França são 1.019, na Itália 1.048 e na Alemanha 1.267.

No Brasil atualmente há mais de 300 mil portadores desses dispositivos em uso, sendo que são implantados a cada ano em torno de 40 mil novos dispositivos, no âmbito do SUS, convênios e particulares.

A partir de 2003, a média estava sendo de 200 procedimentos cirúrgicos por ano no Estado, mas em 2012 esse número caiu para 61 cirurgias. “O marcapasso é feito pelo SUS e custa até R$ 60 mil; o dispositivo garante ao paciente com problemas cardíacos uma vida normal”, comenta Andrade.

O Deca é responsável pela área de implante de marcapassos, cardioversores desfibriladores implantáveis e ressincronizadores cardíacos no Brasil. É a referência do Ministério da Saúde para normatização sobre indicações para os dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis. As normas e portarias que tratam sobre o credenciamento de serviços e autorização de profissionais médicos para implante desses tipos de dispositivos ou próteses, seja via SUS ou convênios particulares, também foram criadas e desenvolvidas pelo Departamento.

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