O Brasil perdeu posições no ranking Global 100 Most Sustainable Corporations in the World, que classifica as empresas mais sustentáveis do mundo.

Enquanto em 2013 o país tinha cinco companhias listadas no levantamento, conforme noticiado no portal EcoD, a edição de 2014 traz apenas duas organizações brasileiras: Natura e BRF, 23º e 95º lugares, respectivamente.

Contudo, o Brasil lidera entre os países em desenvolvimento, uma vez que a China segunda colocada, conta com apenas uma companhia no ranking.

Outra boa notícia é que a Natura ficou em primeiro lugar na categoria empresas de bens de consumo. Quem lidera o ranking geral em 2014 é o Westpac Banking Corporation, da Austrália.

Elaborado pela empresa canadense Corporate Knights, o ranking classifica as companhias com base no desempenho em um conjunto de 12 indicadores.

As receitas da organização divididas pelo uso de energia e a remuneração total de diretor-executivo em comparação com o salário médio dos demais trabalhadores são dois dos quesitos medidos pelos especialistas.

Outro componente usado para escolha do ranking é a rotatividade de uma empresa.

Uma alta taxa de rotatividade de empregados em relação às normas da indústria pode sinalizar uma estratégia de capital humano inadequada, o que pode reduzir a rentabilidade das companhias e fazê-las perder pontos na lista.

Para Doug Morrow, um dos responsáveis pela pesquisa, o Global 100 incentiva a divulgação e transparência. Segundo ele, as empresas que medem o seu desempenho de sustentabilidade, mas param de divulgar publicamente, estarão em desvantagem.
“Somente os dados divulgados publicamente – em relatórios anuais, relatórios de sustentabilidade corporativa ou através de outros canais – podem ser usados na Global 100″, explica o executivo.

Empresas brasileiras

A Natura explicou que a estratégia de sustentabilidade da empresa nasce do processo de relacionamento e engajamento com diferentes públicos, o que contribui na identificação dos temas socioambientais mais relevantes frente às escolhas para o negócio com o desafio de tornar a sustentabilidade um dos principais vetores de inovação e geração de novos negócios da companhia por meio de soluções que criem valor compartilhado para toda a nossa rede de relações.

A empresa é a primeira a utilizar carros elétricos para transporte de cargas no Brasil. Veículos elétricos como carros para carga, triciclos e bicicletas atuam nas entregas dos produtos às consultoras.

Até o fim de 2013, entraram em operação nove veículos verdes distribuídos em diferentes cidades como São Paulo, Campinas, Curitiba e Rio de Janeiro. Esse número deve aumentar em 2014, segundo Ricardo Faucon, diretor de serviço ao cliente da Natura.

O projeto possui dois objetivos definidos, explica a empresa: a eficiência operacional, que visa aumentar o número de entregas por dia com a mesma frota, e a redução da emissão de CO2, meta atrelada ao objetivo macro da Natura de reduzir em até 33% as emissões relativas de Gases de Efeito Estufa (GEE) – atualmente o setor de transporte de produtos corresponde a 15% das emissões totais da companhia.

A BRF foi criada em 2009 a partir da associação entre Perdigão e Sadia. A companhia atua nos segmentos de carnes (aves, suínos e bovinos), alimentos industrializados (margarinas e massas) e lácteos, com marcas como Sadia, Perdigão, Batavo, Elegê e Qualy.

Além da presença na lista das 100 mais sustentáveis, a BRF faz parte do Índice de Sustentabilidade (ISE) da BM&FBovespa e no Emerging Markets do Dow Jones Sustainability Index.

A empresa destaca que o reconhecimento do trabalho feito na área de aprimoramento da gestão de sustentabilidade como um dos melhores do mundo gera muita satisfação.

Para alcançar esse reconhecimento, a BRF afirma que tem investido em ações de “excelência energética, gestão de resíduos, gestão hídrica, redução de gases efeito estufa (GEE) e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, com metas de reúso de água acima de 20%, implantação de uma cultura voltada à saúde e segurança dos colaboradores, capacidade de inovação e governança corporativa”. Mas as ações estratégicas na área não param por aí.

Desde 2011, a companhia realiza um inventário de emissão de gases efeito estufa e estruturou a avaliação do indicador de desempenho das atividades, definindo compromissos e metas de redução.

Houve ainda ampliação do Programa de Mudanças Climáticas, que passou a mensurar as emissões da cadeia de valor da BRF, como logística e viagens a negócio.

A meta da BRF é reduzir em 10% a intensidade das emissões diretas até 2015, tendo como base o inventário de 2011. (EcoD)