Depois de uma campanha abaixo das expectativas nas competições individuais do Mundial de Judô de Chelyabinsk, na Rússia, o Brasil também decepcionou neste domingo, na disputa por equipes, ao ficar fora do pódio tanto no feminino quanto no masculino.

Esperava-se muito das mulheres, que conquistaram a prata no ano passado, no Rio de Janeiro, mas foram os homens que ficaram mais perto da medalha.

A equipe feminina perdeu logo na estreia para a Polônia, enquanto a masculina foi superada pela atual campeã mundial Geórgia na luta pelo bronze.

Contra os georgianos, os brasileiros já começaram em desvantagem, porque não puderam contar com Victor Penalber, que ficou fora do confronto por ter sofrido uma lesão no joelho na derrota para a Alemanha, nas quartas de final. Desta forma, o Brasil só entrou no tatame com quatro atletas (ao invés de cinco), e a Geórgia já tinha um ponto garantido.

Grande destaque da participação brasileira nesta competição por equipes, Charles Chibana venceu Shalva Kardava com um ippon espetacular na primeira luta, mantendo 100% de aproveitamento neste domingo, com quatro vitórias em quatro lutas.

Em seguida, Alex Pombo foi derrotado por Nugzari Tatalashvili ao perder no golden score, deixando a Geórgia a uma vitória do bronze.

Tiago Camilo tentou deixar o Brasil vivo no confronto contra Varlam Liparteliani, medalhista de bronze no individual, mas sofreu um yuko logo no início da luta e sofreu um ippon faltando pouco menos de dois minutos para o fim. Rafael Silva venceu a última luta, mas nada que amenizasse a decepção brasileira.

Vitória inesperada sobre a França A campanha dos homens começou com uma grande façanha, a vitória sobre a favorita França, de Teddy Riner, maior nome do judô atual, e de Loic Pietri, campeão mundial no ano passado e medalhista de bronze na última quinta-feira.

Ignorando o favoritismo dos ‘Bleus’, os brasileiros venceram o confronto por 3 a 2, com vitórias de Charles Chibana, Victor Penalber e Tiago Camilo. Quando Riner entrou no tatame, já não valia mais nada e a vitória do francês por imobilização sobre David Moura não impediu o Brasil de chegar as quartas de final.

Na fase seguinte, tiveram a oportunidade de dar o troco na Alemanha, para a qual a equipe perdeu na estreia da última edição, mas acabaram sendo derrotados novamente, por 3 a 2.

Como contra a França, Chibana deu vantagem ao Brasil na primeira luta do confronto, mas desta vez Penalber e Tiago Camilo foram superados e Rafael Silva só entrou no tatame para vencer sua luta quando a equipe já estava fora da briga pelo título. Para piorar, Penalber se machucou, deixando a equipe com um a menos.

Os brasileiros reagiram de forma heroica na repescagem ao derrotar Cuba por 3 a 2, mas a inferioridade numérica acabou sendo fatal contra a Geórgia. A outra medalha de bronze foi para a Alemanha.

O Japão conquistou o ouro ao derrotar na final a anfitrião Rússia, que ficou com a prata.

Sarah e Rafaela derrotadas Com a presença de judocas consagradas, como Sarah Menezes, atual campeã olímpica, ou Rafaela Silva, campeã mundial no Rio de Janeiro, no ano passado, as mulheres tinham tudo para brilhar, mas caíram logo na estreia.

Sarah e Rafaela perderam as duas primeiras lutas do confronto com as polonesas, Mariana Silva venceu para encostar no placar, mas Katarzyna Klys, medalhista de bronze na competição individual, deu a classificação às europeias ao superar Maria Portela. O placar ficou em 3 a 2 a favor da com a vitória da peso pesado Rochele Nunes, quando o eliminação já estava decretada.

A França conquistou o ouro ao derrota a Mongólia na final. As medalhas de bronze ficaram com a Alemanha e o Japão, campeão mundial no feminino no ano passado.

Na competição individual, Brasil ficou em terceiro lugar do quadro de medalhas, atrás do Japão e da França. No total, foram quatro pódios, com os bronzes de Rafael Silva (acima de 100 kg) e Érika Miranda (até 52 kg), a prata de Maria Suelen (acima de 78 kg) e o ouro de Mayra Aguiar (até 78 kg).

O título de Mayra foi única grande satisfação deste Mundial para este esporte considerado um ‘carro-chefe’ para as ambições brasileiras nos Jogos do Rio-2016.

São duas medalhas a menos do que no ano passado, quando os judocas do país, empurrados pela torcida carioca, ganharam seis medalhas, uma de ouro, três de prata e duas de bronze.