Uma bomba explodiu neste sábado perto de uma academia de polícia do Cairo, disseram fontes de segurança, um dia após uma onda de ataques ter alimentado temores de que a insurgência islâmica está ganhando força no país.

Um grupo inspirado na Al Qaeda e sediado na Península do Sinai reivindicou a responsabilidade pelos ataques de sexta-feira, que mataram seis pessoas, afirmou a organização de monitoramento SITE.

Ninguém ficou ferido na explosão ocorrida neste sábado, afirmou o Ministério do Interior, mas autoridades esperam mais atos de violência a enquanto movimentos políticos rivais se juntam para lembrar o terceiro aniversário da revolta que derrubou o presidente autocrata Hosni Mubarak.

Militantes islâmicos sediados na Península do Sinai elevaram a quantidade de ataques desde a derrubada pelo Exército do presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, em julho. Centenas de membros das forças de segurança foram mortos desde então.

O grupo militante Ansar Bayt al-Maqdis (Defensores de Jerusalém) reivindicou pela Internet a responsabilidade pelos ataques, incluindo um carro-bomba em um complexo de segurança no centro do Cairo, afirmou o SITE, que tem sede nos Estados Unidos. A mensagem pediu para que os muçulmanos fiquem longe “das sedes dos inimigos e de centros de segurança”.

No ano passado, o Ansar Bayt al-Maqdis assumiu a autoria de uma tentativa de assassinato do ministro do Interior. O governo, apoiado pelos militares e com a ajuda da imprensa estatal e privada, acusa a Irmandade Muçulmana de realizar ataques terroristas.

Autoridades elevaram a segurança no Cairo, prevendo mais problemas enquanto facções políticas rivais planejam se juntar para comemorar a queda de Mubarak. A polícia e o Exército estão em estado de alerta, e helicópteros sobrevoaram um centro do Cairo praticamente vazio na manhã deste sábado.

Mohamed Saleh, um motorista de táxi de 63 anos, afirmou que planeja lembrar a revolta de 2011 indo à Praça Tahrir, o coração da revolta, mas o local estava fechado por veículos blindados na manhã deste sábado.

“Essa foi uma revolta completamente popular, do povo”, afirmou Saleh, lembrando dos 18 históricos dias que levaram à queda de Mubarak. “Foi um movimento protegido pelo Exército”, acrescentou.

Conflitos na capital e em outras cidades na sexta-feira, entre partidários de Mursi e forças de segurança, mataram 14 pessoas, em outro sinal do aumento das tensões no maior país árabe do mundo.