Joseph Blatter quer que seus detratores levantem-se e o enfrentem na eleição presidencial da Fifa, em vez de somente criticá-lo, disse o chefe da entidade neste sábado.

“Se eu não fosse criticado, não teria nenhum valor”, disse a jornalistas o suíço, que está em seu quarto mandato desde sua eleição em 1998. “As pessoas que dizem que eu não deveria ser candidato, ou não ser eleito, podem assumir o risco de participar da eleição. Eu assumi em 1998.”

“Se você nunca correr o risco, nunca terá uma chance. Mas se você assume o risco, você também tem a chance de perder”, acrescentou Blatter durante o torneio anual de futebol que organiza em um pequeno vilarejo alpino em seu distrito natal de Valais.

“Agora digo, se (outras pessoas) quiserem correr o risco, corram. Não falem, vão e lutem, e aí verão. Isso é bom. Fico contente de lutar, sou um lutador.”

As palavras de Blatter pareceram se dirigir a Michel Platini, presidente da Uefa, organização que dirige o futebol europeu, visto como possível adversário de Blatter, embora o francês ainda não tenha decidido se participa ou não da disputa.

É tido como quase certo que Blatter irá se candidatar a um quinto mandato no pleito do ano que vem, embora não o tenha anunciado oficialmente.

“No momento não irei anunciar que sou candidato, não estou com pressa, tenho até o final de janeiro do ano que vem”, declarou.

Blatter ainda sugeriu que o pentacampeão Brasil precisa de programas de desenvolvimento da Fifa tanto quanto outros países depois de seu fracasso na Copa do Mundo, quando perdeu para a Alemanha por 7 x 1 na semi-final.

O mandatário afirmou que quando introduziu os programas, o ex-presidente da Fifa João Havelange disse que ‘algumas nações não precisam deles, especialmente o Brasil’.

“Todos precisam de programas de desenvolvimento. O Brasil nunca teve um da Fifa por ser grande demais para isso, e acho que foi um erro”, declarou Blatter.

Ele disse ainda que a Fifa teve que ajudar seleções africanas para que não fossem vítimas de discórdias por causa do pagamento de salários durante o Mundial. Os jogadores de Camarões, Gana e Nigéria se envolveram em disputas com suas federações.

“Esta é uma questão específica da África no momento. Como podemos ajudá-los? Dizendo a estas federações que precisam programar o que irá acontecer com o dinheiro no início da competição.”