BCE mantém juros mesmo diante de temores deflacionários

O Banco Central Europeu (BCE) deixou inalteradas as taxas de juros nesta quinta-feira, apesar da desaceleração da inflação ao menor nível em mais de quatro anos, contando com que a recuperação da zona do euro ganhe força sem ajuda.

O BCE manteve sua principal taxa de juros na mínima recorde de 0,25 por cento e a taxa de depósitos bancários no banco central em zero, evitando tomar medidas mais drásticas diante de temores de que a zona do euro possa entrar em deflação.

A desaceleração da inflação na zona do euro em março a níveis vistos pela última vez quando a economia estava em profunda recessão em 2009 veio como uma surpresa. Mas já que o movimento foi provocado por preços baixos de alimentos e energia, que o banco geralmente considera temporários, o BCE manteve sua postura.

Houve pouca reação nos mercados à notícia.

O foco agora se volta à entrevista coletiva do presidente do BCE, Mario Draghi, marcada para as 9h30 (horário de Brasília), na qual deve explicar a decisão do banco central, e os mercados vão buscar sinais sobre possíveis decisões futuras.

“O BCE provavelmente apresentará forte mensagem verbal de que está disposto a tomar mais medidas tanto no lado dos juros quanto no lado do ‘quantitative easing’ (programa de compra de ativos)”, afirmou Michels.

“O foco seria mais sobre a capacidade de usar QE, o que não significa que eles vão agir nesse fronte no curtíssimo prazo, mas deixar claro que QE não é uma ferramenta teórica, e sim uma ferramenta que pode ser usada na prática”, acrescentou.