As autoridades da Austrália descartaram nesta sexta-feira (11/04) que o último sinal captado ontem por um avião do país no Oceano Índico tenha alguma relação com a caixa-preta da aeronave da Malaysia Airlines, desaparecida desde o dia 8 de março (dia 7 no Brasil).

“O Centro Conjunto de Análise Acústica da Austrália analisou as informações e confirmou que o sinal detectado nas imediações do navio militar australiano Ocean Shield não está relacionado com a caixa-preta do avião”, disse Angus Houston, chefe do Centro de Coordenação de Agências Conjuntas.

O chefe deste órgão criado pela Austrália para coordenar as buscas multinacionais se referia ao sinal captado por um avião AP-3C Orion da Força Aérea de seu país na tarde de ontem na área que é rastreada pelo Ocean Shield, que transporta um localizador de caixas-pretas e um submarino não tripulado.

Houston explicou que o Ocean Shield tenta captar outros sinais que tenham relações com a caixa-preta do avião malaio antes que as baterias da mesma acabem, enquanto os aviões AP-3C Orions prosseguem com o rastreamento acústico, segundo um comunicado de imprensa.

O Ocean Shield captou um total de quatro sinais sonoros no sábado e na terça-feira a uma distância entre si de 40 km, o que as autoridades consideram como as pistas mais promissoras para determinar onde estão os destroços do avião malaio.

O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, que se encontra em um giro pela Ásia, se mostrou hoje “confiante” sobre as pistas que poderiam ser da aeronave. “Nós reduzimos bastante as buscas pelo avião e estamos muito confiantes que os sinais sejam da caixa-preta”, disse Abbott em Xangai, citado pela emissora australiana ABC.

No entanto, Houston desmentiu as palavras do chefe do Executivo e declarou que “não houve nenhuma descoberta importante nas buscas do MH370”.

A área de rastreamento foi reduzida hoje para cerca de 46.713 km quadrados, 11.210 a menos do que ontem.

Um total de 12 aviões militares e outros três civis, além de 13 navios participarão das operações de hoje que abrangem uma área no Oceano Índico situada a cerca de 2.312 km ao noroeste da cidade de Perth, na costa oeste da Austrália, segundo o Centro de Coordenação de Agências Conjuntas.

As autoridades australianas designaram dentro da área de buscas dois focos onde tentarão captar sinais da caixa-preta em um dia marcado por ventos de até 15 nós, chuvas isoladas, ondas de até 1,5 metro e uma visibilidade de cinco quilômetros, acrescentou o órgão.

O Centro de Coordenação informou hoje que não nenhum possível objeto do avião foi avistado ontem na área de buscas.