De um ano para cá, os bancos que fizeram reajustes de preço no maior percentual de tarifas foram também os que tiveram a alta mais expressiva nos lucros divulgados no primeiro semestre de 2014.

Encerrados os balanços do período, as instituições financeiras com os melhores resultados foram beneficiadas não apenas por carteiras de crédito de menor risco e pela sensível queda nos calotes, como também pela significativa alta na receita com tarifas e serviços.

Entre os cinco maiores bancos, o bom desempenho foi liderado pelo Itaú, que teve lucro 33% maior ante os seis primeiros meses de 2013, de R$ 9,502 bilhões. Foi também a instituição com o aumento mais expressivo de receitas vindas dos consumidores (17,8%), somando R$ 13,3 bilhões.

Essa fonte de receita representou mais da metade da margem financeira (diferença de juros cobrados pelo crédito e pagos aos investidores) do banco no semestre, que foi de R$ 24,6 bilhões.

Apesar de as tarifas e serviços não terem sido o principal catalisador do lucro dos bancos, elas influenciaram positivamente nos resultados, na visão do analista da Um Investimentos, Henrique Florentino.

“O aumento da receita [de tarifas e serviços] foi mais influenciado pelos reajustes de preços do que pela expansão no número de correntistas, que foi inexpressivo”, observa.

A base de clientes do Itaú, incluindo correntistas ou não, cresceu de 58 milhões, no ano passado, para 62,2 milhões ao fim do último semestre, alta de 7% – 10 pontos percentuais a menos que os ganhos com taxas e produtos.

De 40 tarifas bancárias dos serviços prioritários, o Itaú reajustou 42% delas de 2013 para cá, segundo um levantamento do Procon-SP divulgado em junho deste ano. O Bradesco, com o segundo maior aumento na lucratividade (22,9%), aparece na sequência com o maior percentual de tarifas reajustadas (17%).