Durante reunião a portas fechadas, governos ocidentais liderados pelos Estados Unidos censuraram a Síria por não entregar suas armas químicas dentro dos prazos ambiciosos acertados com a Rússia depois de um ataque de gás venenoso em agosto.

Um orador depois do outro se levantou para repreender Damasco na Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), até que chegou a vez da Rússia falar e Moscou teve uma reação muito mais branda.

A Rússia defendeu o presidente Bashar al-Assad e disse que seu governo precisa de mais tempo para enviar os químicos de forma segura pelos territórios onde ela está combatendo rebeldes.

A Síria deixou de cumprir o primeiro prazo para entregar as toxinas mais perigosas no dia 31 de dezembro e outra data-limite passou na quarta-feira, quando ela deveria ter entregado todo o restante do material químico perigoso.

O sucesso do programa de destruição, agora também correndo o risco de perder o prazo final de 30 de junho, é do interesse das duas potências, mas o confronto em Haia no dia 30 de janeiro expôs uma profunda divisão entre Moscou e Washington sobre como reagir à falta de progresso da Síria.

O confronto entre EUA e Rússia também é um prognóstico ruim para uma parceria entre Moscou e Washington que é vista como fundamental para resolver outros grandes desafios da política externa, desde o programa nuclear do Irã às negociações de paz para a Síria em Genebra, que estão previstas para recomeçar na segunda-feira. Além disso, um sentimento ruim foi despertado por uma conversa telefônica entre autoridades americanas sobre a Ucrânia que vazou.

Mesmo com o mais recente revés, o acordo para destruir o arsenal químico da Síria que evitou um ataque militar liderado pelos EUA e deu um prêmio Nobel da Paz para a OPAQ, ainda pode dar certo, disse o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon.

O próximo prazo importante é em 31 de março, quando as substâncias mais tóxicas deveriam ser destruídas fora da Síria, em um navio de carga especial dos EUA, o Cape Ray, que está a caminho.