Astro de clássicos do cinema e da TV, James Garner morre aos 86 anos
O ator James Garner, 86 anos, astro da série “Arquivo Confidencial” e de clássicos do cinema como “Fugindo do Inferno” (1963) e “Grand Prix” (1966), morreu neste sábado (19). Segundo o site TMZ, autoridades informaram que uma ambulância foi chamada na casa do ator por volta das 20h, e o resgate já o encontrou sem […]
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O ator James Garner, 86 anos, astro da série “Arquivo Confidencial” e de clássicos do cinema como “Fugindo do Inferno” (1963) e “Grand Prix” (1966), morreu neste sábado (19). Segundo o site TMZ, autoridades informaram que uma ambulância foi chamada na casa do ator por volta das 20h, e o resgate já o encontrou sem vida no local. A causa da morte ainda é desconhecida. Em 2008, o ator sofreu um derrame. Depois disso, raramente foi visto em público.
Segundo o site The Hollywood Reporter, Garner foi um dos primeiros atores a ter sucesso tanto em filmes quanto na TV, tendo estrelado uma longa lista de clássicos do cinema. Astro original do seriado “Maverick”, de 1957 a 1960, que misturava comédia e humor, o ator também fez um papel na adaptação da série para a telona em 1994, estrelada por Mel Gibson. Em “Diário de uma Paixão” (2004), ele fez o mesmo personagem de Ryan Gosling na velhice.
Garner teve uma carreira que durou mais de 50 anos. Com seu jeito charmoso, ele se tornou conhecido por interpretar o detetive particular de Los Angeles na série “Arquivo Confidencial”, produzida entre 1974 e 1980, antes de ser forçado a abandonar a atração por problemas nas costas e nos joelhos –em parte devido a dispensar dublês nas cenas de ação. Pelo seriado, Garner recebeu nomeações ao prêmio Emmy de melhor em cinco anos consecutivos, vencendo em 1977. Em 1978, a série também recebeu o prêmio na categoria melhor drama.
O ator também é lembrado por diversos filmes e por pares românticos que fez com grandes atrizes de Hollywood. Entre eles, duas comédias com Doris Day em 1963: “Tempero do Amor” e “Eu, Ela e a Outra”. Com Julie Andrews, o ator atuou em “Não Podes Comprar Meu Amor” (1964) e “Victor ou Victoria’ (1982). Já com Sally Field, ele fez par na “O Romance de Murphy”(1985), pelo qual recebeu a única indicação ao Oscar de sua carreira.
Em 1986, Charles Champlin, crítico do jornal “Los Angeles Times”, escreveu que “James Garner é para o personagem americano o que David Niven era para o personagem inglês: um amante em vez de um lutador (mas capaz de atos de heroísmo)”.
Garner foi exigente com os tipos de papel e filmes em que atuou. “Eu não faço filmes de horror, e eu não tiro minha roupa [em cena]. Sério, eu simplesmente não sou um exibicionista”, ele disse certa vez.
Nos anos 1980, graças a ter estrelado comerciais da Polaroid nos EUA, pessoas iam às lojas e pediam por uma “câmera do James Garner”.
Nascido em Norman, Oklahoma, em 1928, Garner ficou órfão da mãe aos 4 anos e, com os dois irmãos, foi morar com parentes. Aos 16 anos, ingressou na Academia de Marinha Mercante, que teve que abandonar por motivos de saúde. Depois, mudou-se com o pai para Los Angeles. Após um curto período no colégio, ele começou a trabalhar como modelo em anúncio de trajes de banho. “Eu não estava interessado até saber que estavam pagando US$ 25 por hora”, escreveu em sua autobiografia, “The Garner Files”, lançada em 2011.
Garner ainda serviu o Exército e lutou durante 14 meses na Guerra da Coreia, recebendo duas condecorações. Introvertido, dizia que nunca quis realmente atuar e não buscava isso. Acabou ingressando no showbusiness graças a um amigo, Paul Gregory, que se tornou agente e produtor e lhe ofereceu um papel sem falas como um juiz no espetáculo “The Caine Mutiny Court-Martial”, da Broadway, dirigido por Charles Laughton e estrelado por Henry Fonda e Lloyd Nolan.
“Eu aprendi a escutar”, ele contou em uma entrevista ao programa “Archive of American Television”, em 1999. “O problema de um monte de atores é que eles ficam esperando por sua fala, esperando a si mesmo falarem. Se você escuta, você se envolve… Eu aprendi a nunca me antecipar. Isso me ajudou bastante como ator.”
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