A associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraki) divulgou uma nota de repúdio contra a agressão sofrida pelo cinegrafista da TV Bandeirantes durante um protesto na tarde desta quinta-feira, no centro do Rio de Janeiro. Segundo a entidade, Santiago Ilídio Andrade, que foi atingido por estilhaços de uma bomba durante um protesto contra o aumento de tarifa de ônibus no Rio, foi o terceiro jornalista ferido em manifestações em 2014.

No aniversário de São Paulo, no dia 25 de janeiro, dois jornalistas foram feridos na capital paulista, segundo a Abraji. O órgão relata que Sebastião Moreira, da Agência EFE, foi agredido por PMs e Paulo Alexandre, freelancer, apanhou de guardas civis metropolitanos.

“A Abraji repudia ataques como esses a jornalistas. Em 2013, 114 profissionais foram feridos em todo o país durante a cobertura de protestos. É preocupante que 2014 comece com três casos de violência contra jornalistas. Se faz necessária uma apuração célere do ocorrido para que procedimentos sejam revistos e para que o Estado proteja a liberdade de expressão, a liberdade de informação e o jornalista”, comunicou a entidade.

Estado grave

Santiago Andrade, que foi ferido na cabeça, passou por uma operação durante a noite no hospital Souza Aguiar. No início da madrugada desta sexta, a Secretaria Municipal de Saúde disse que a cirurgia foi concluída e a hemorragia no ferimento da cabeça, controlada.

Por volta das 10h, a assessoria do hospital confirmou que o funcionário da Band continua em coma e internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Seu estado de saúde ainda é grave.

Em nota, o Grupo Bandeirantes lamentou o ocorrido. “O cinegrafista Santiago Andrade da Band foi ferido na cabeça por um artefato – não se sabe, por enquanto, se uma bomba de gás lacrimogênio ou de fabricação caseira”, afirmou o comunicado. O caso foi registrado no 5º Distrito Policial.