Arqueólogos encontram urnas com restos mortais indígenas no Amapá

Arqueólogos encontraram urnas com restos mortais de índios que habitaram o Amapá entre os anos 1000 e 1300. Os achados estavam enterrados em um ramal localizado na comunidade Curiaú Mirim, Zona Rural de Macapá. Produzidos de argila, os artefatos foram confeccionados por tribos que originaram a etnia Palikur, segundo o Instituto de Pesquisas do Amapá […]

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Arqueólogos encontraram urnas com restos mortais de índios que habitaram o Amapá entre os anos 1000 e 1300. Os achados estavam enterrados em um ramal localizado na comunidade Curiaú Mirim, Zona Rural de Macapá. Produzidos de argila, os artefatos foram confeccionados por tribos que originaram a etnia Palikur, segundo o Instituto de Pesquisas do Amapá (Iepa). As escavações no local da descoberta iniciaram-se em 2010, após uma ossada humana ser achada por um jovem.

Atualmente, oito profissionais trabalham na área de aproximadamente 1,5 mil metros quadrados. O coordenador da pesquisa, João Saldanha, explica que em alguns dos recipientes há desenhos tipicamente marajoaras, representando um momento de interação entre os povos. “Temos um conjunto de sítios que mostram que os grupos indígenas do Amapá estavam passando por um processo de interação com os grupos do Marajó [ilha do Estado do Pará]”, reforçou.

Ao todo, 19 urnas já foram descobertas, sete delas há pouco mais de 20 dias. “Estava sendo feita uma obra neste ramal. Um rapaz foi olhar o que havia dentro de um buraco aberto com a obra e viu ossadas lá dentro. O Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] foi acionado e foi descoberto o sítio”, relatou Saldanha. Ele acrescenta que o Amapá abriga 500 sítios arqueológicos.

Segundo o arqueólogo Cleber Santos, as urnas funerárias têm acabamentos simples, o que ajuda na identificação da hierarquia social a qual pertenciam. Ele destacou a descoberta de materiais que podem ajudar os pesquisadores na identificação da origem de rituais indígenas. “Algumas quebras podem ser até intencionais por fazerem parte da cultura dos povos. Essas peças são importantes para entendermos a natureza cultural das tribos”, observou.

A previsão é de que as escavações sigam até 30 de maio. Após essa etapa, as peças encontradas serão encaminhadas para limpeza e análise laboratorial. Os artefatos ficarão em uma reserva técnica na sede do Iepa, em Macapá.

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