A Argentina levou sua campanha de anúncios de páginas inteiras a jornais europeus nesta terça-feira, criticando uma decisão dos tribunais dos Estados Unidos e os chamados fundos abutres em sua atual saga da dívida, conforme busca evitar um novo default.

Entitulado “Argentina quer continuar a pagar suas dívidas mas eles não vão deixar”, o país, que já está entrando em recessão, fez duras críticas aos fundos abutres em uma repetição dos anúncios que apareceram primeiro em jornais dos no domingo.

A presidente Cristina Kirchner vem caracterizando há muito os fundos que não aceitaram a reestruturação argentina como “abutres” por se aproveitar da crise de dívida de 2002, que levou milhões de argentinos da classe média à pobreza.

Nesta terça-feira, anúncios figuraram nos jornais britânicos Times e Financial Times, no espanhol El País e também no alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, criticando a decisão jurídica e os fundos envolvidos.

“Eles (fundos abutres) compraram bônus em default a preços obscenamente baixos com o objetivo único de entrar em litígio contra a Argentina e ter lucros enormes”, diz o anúncio no Financial Times.

“Os fundos abutres investiram milhões de dólares em lobby e propaganda, tentando fazer o mundo inteiro acreditar que a Argentina não paga suas dívidas e se recusa a negociar”.

As declarações também alertaram que a decisão colocará qualquer outro país que precisa realizar uma reestruturação de sua dívida em uma “posição delicada”.