O leão Juba, 20, que sofreu maus tratos em um zoológico irregular no Ceará, morreu nesta terça-feira (25) no santuário ecológico da Mata Ciliar, em Jundiaí (a 50 km de São Paulo), onde vivia desde junho de 2012.

Sofrendo de artrose devido à idade avançada e aos maus tratos que sofreu durante a maior parte de sua vida, Juba se submeteu a um procedimento no último sábado (22) para aplicação de medicamentos para aliviar as dores.

O procedimento foi realizado por uma equipe de 15 pessoas, entre veterinários e biólogos, porém Juba não conseguiu se recuperar e morreu por volta das 10h desta terça-feira.

Segundo a equipe de veterinários da reserva Mata Ciliar, o procedimento foi necessário porque o leão estava muito magro e havia perdido uma “quantidade considerável de massa muscular” por não conseguir se levantar. Ele tinha dificuldade em se alimentar e beber água normalmente, devido às dores nos ossos e articulações.

“A decisão de anestesiá-lo foi tomada porque ele quase não se levantava e andava com muita dificuldade. Com isso, ele também estava comendo mal e tomando pouca água. O calor dos últimos tempos ajudou a piorar o quadro”, informou a equipe em nota, destacando que “tudo o que pode ser feito pelo Juba foi realizado”.

Vida sofrida

Juba viveu por três anos em um dos recintos improvisados do Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres) do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), em Fortaleza, depois que foi apreendido em um zoológico particular no Ceará, em 2008. O zoológico foi fechado devido aos maus tratos com os animais. A maior parte foi removida rapidamente do centro, mas Juba e duas leoas, Yasmin e Tchutchuca, ficaram à espera de adoção.

Por estarem com uma aparência boa, as leoas atraíram a atenção de candidatos. Tchutchuca foi transferida para o Zoobotânico de Teresina, enquanto Yasmin foi para a Fazenda Kirongosi, em Álvaro Carvalho (a 450 km de São Paulo).

A vida de sofrimento do leão Juba o deixou com uma aparência “fora dos padrões” aceitos pelos zoológicos. Ao saber da história do leão, a Mata Ciliar se ofereceu para cuidar do animal em definitivo.

De acordo com a Associação Mata Ciliar, quando Juba era mais jovem, aos 7 anos, morava em um zoológico particular que tinha situação irregular no Rio de Janeiro. O local foi desativado pelo Ibama em 2001 e Juba foi transferido para um zoológico em Fortaleza, onde novamente sofreu maus-tratos. Em 2008, o local foi fechado devido a irregularidades e Juba ficou à espera de adoção até 2012.

Juba vivia em um recinto construído especialmente pela Mata Ciliar. O cercado custou R$ 30 mil e o valor foi obtido com campanhas de arrecadação em todo o país.