O presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), Ary Graça, falou ao Diário Lance pela primeira vez após as denúncias da ESPN Brasil sobre supostas irregularidades na Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) durante o período em que foi comandada por ele. Ary disse se sentir traído.

“É a sensação mais desagradável do mundo saber que amigos seus estão lhe traindo. Pessoas que você ajudou a ganhar muito dinheiro, fama, agora estão se voltando contra você”, desabafou Ary Graça.

O dirigente, que se desligou recentemente da CBV após as denúncias que sofreu, enalteceu a estrutura montada por ele na entidade. Sem citar nomes, Ary Graça deu a entender que foi vítima de um golpe de quem queria tomar o poder no seu lugar.

“Me pegou de surpresa. Não imaginava que após a minha saída fosse acontecer isso. Houve uma briga pelo poder. A verdade é essa. Não só interna, mas com inspiração externa. Como diz o velho ditado: “o gato sai, os ratos fazem a festa”, de uma maneira que eu nunca imaginei. Deixei estrutura bem montada, pensei que tudo iria correr tranquilamente. Não foi o que aconteceu. Houve essa briga interna e um aproveitamento deste pessoal para tomar o poder”.

A ESPN divulgou recentemente que dois ex-dirigentes da CBV – Marcos Pina e Fábio André Dias Azevedo – receberam R$ 10 milhões, cada um, para intermediar contratos de patrocínio da entidade com o Banco do Brasil. Após a divulgação da reportagem, Pina deixou a superintendência geral da CBV e a entidade anunciou uma auditoria.

O Banco do Brasil chegou a emitir um comunicado oficial sobre as denúncias de irregularidades na CBV. A estatal condicionou a continuidade do patrocínio à confederação ao esclarecimento dos fatos denunciados.