Aos 91 anos, candidato mais velho das eleições se diz ‘um homem do futuro’

“Um homem do futuro”. Assim Délio de Barros Velloso, o Coronel Velloso, se define. Nascido em 1922, em Piracicaba (160 km de São Paulo), ele decidiu se candidatar a deputado federal pelo PRB aos 91 anos de idade. “Durante toda a minha vida eu analisei a sociedade, mas nunca ninguém quis me ouvir. E agora […]

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“Um homem do futuro”. Assim Délio de Barros Velloso, o Coronel Velloso, se define. Nascido em 1922, em Piracicaba (160 km de São Paulo), ele decidiu se candidatar a deputado federal pelo PRB aos 91 anos de idade.

“Durante toda a minha vida eu analisei a sociedade, mas nunca ninguém quis me ouvir. E agora tenho ideias para melhorar as coisas”, afirma Velloso, que serviu na Força Nacional –órgão que precedeu a Polícia Militar do Estado até 1970– e já disputou outra eleição “uns 30 ou 40 anos atrás, pelo PL”, mas não se elegeu.

O candidato diz estar com ótima saúde. “Não tenho nenhuma doença, nenhum órgão afetado, só tenho idade. Minha idade cronológica é 91, mas meus médicos me dão 60 e poucos. Minha cabeça está melhor do que quando eu era mais moço”, afirma.

Entre os projetos que serão apresentados caso seja eleito, Velloso cita iniciativas nas áreas de qualidade de vida e moradia. “Mas não esse ‘Minhas Coisas Minha Vida” [referência ao programa social Minha Casa Minha Vida do governo federal] que tem aí. Vou fazer moradia a preço de custo”, diz.

Questionado sobre o papel do deputado no Congresso, Velloso se irrita: “Essa pergunta não se faz. Se eu não soubesse [o que faz um deputado] não iria me candidatar. Quero fazer leis para mudar isso que está aí”.

Entre os ídolos na política, Velloso cita o ex-presidente Juscelino Kubitschek (1902-76). “Ele foi o único capaz de vencer as resistências para mudar a capital para o centro do Brasil e desenvolver o resto. Os deputado queriam ficar só no Rio de Janeiro, porque tinha praia”, diz.

Sobre o apoio da família à sua candidatura, o coronel diz que “eu me apoio. Vocês mais novos acham que para tudo precisa de apoio dos outros”.

Velloso admite que o a ditadura militar no Brasil (1964-1985) cometeu erros. “Mas e a Comissão da Verdade também está errada. E o lado da Dilma [Rousseff, presidente da República], que matou muita gente? Não será investigado?”.

Questionado sobre as torturas cometidas por órgãos repressores da ditadura, incluindo a da presidente, o coronel se irrita: “Não! Não, não. Disso aí de tortura não quero falar”.

Este ano o pleito conta com 55 candidatos octogenários, que representam 0,2% do total nas eleições.

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